Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, acredita que restringir a circulação automóvel vai melhorar a cidade.
A semana passada em entrevista ao Público, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro da mobilidade, anunciou que prevê “alterações substanciais ao esquema de circulação viária no coração da capital, a fim de se cumprirem as exigências ambientais“.
Com isto, Anacoreta Correia não se refere apenas à Zona 1 — Marquês de Pombal e Baixa —, mas também à zona ribeirinha histórica. De acordo a autarca, o objetivo é que a “a circulação automóvel na Baixa de Lisboa será só para residentes e carros elétricos“.
© BYD Recordamos que, atualmente, em Lisboa, já existe uma política de não-cobrança do estacionamento no espaço público a carros elétricos.Medidas para inglês ver?
O objetivo destas medidas é influenciar a população a circular de forma mais sustentável, aumentando assim a qualidade de vida nos centros urbanos. “Nós não queremos territórios que sejam muito bonitinhos para apresentar, para inglês ver”, sublinhou.
Para já, já estão em vigor duas medidas que o autarca adjetiva de “grande importância” mas cujo cumprimento não tem acompanhado essa mesma avaliação.
A primeira, é a proibição do tráfego de atravessamento (veículos que estão local só de passagem). E a segunda é a proibição do trânsito rodoviário na Rua da Prata. Porém, o vice-presidente reconhece que apesar destas medidas estarem em vigor “as pessoas desrespeitam porque não é vigiado”.
Com isto, este afirma que não procura tornar esta zona numa “Disneyland”, ou seja, numa zona simplesmente turística. “O modelo ideal para a Baixa é um modelo onde os residentes devem continuar a poder circular, seja porque lá se trabalha, seja porque se quer viver o território que se queira (…)”, afirma.
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Até agora ninguém cumpre
Anacoreta Correia, admitiu ainda que até agora houve um falhanço pela parte da cidade de Lisboa na implementação destas medidas: “Não foi dado nenhum passo para que isso fosse possível. E isso é qualquer coisa que me choca. Como é que nós realmente pudemos perder tanto tempo a discutir e não tomar os passos que são necessários para esse efeito?”
“O que eu quero é ter anéis na cidade que determinem quais são as medidas amigas do ambiente, nomeadamente para impedir a entrada de carros na cidade por não-residentes que sejam sobretudo poluentes”, detalhou.
Apesar de ainda não haver uma data concreta para a realização destes planos, Filipe Anacoreta Correia recorda que, em Lisboa já existem duas zonas de emissões reduzidas (ZER) “onde há a proibição de circulação de carros anteriores a determinadas datas, mas isso não teve qualquer consequência”.
Fonte: Público