NASA apresenta os resultados do impacto da nave DART com um asteróide

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Em 2022, um veículo espacial lançado pela NASA embateu, de propósito, com um asteróide denominado Dimorphos. A experiência DART (Double Asteroid Redirection Test) correu na perfeição e provou que é possível alterar a órbita de um asteróide para impedir uma possível colisão com a Terra. Desde a colisão que a NASA tem estudado o asteróide, agora, cientistas do Jet Propulsion Laboratory (JPL) confirmaram que a colisão alterou significativamente a forma do asteróide.

A NASA escolheu o asteróide Dimorphos como alvo porque não viaja sozinho pelo espaço. O objecto, com 170 metros, orbita um outro asteróide maior chamado Didymos e assim foi possível à NASA monitorizar como essa órbita era alterada depois do choque com a nave.

O estudo conclui que a órbita de Dimorphos já não é circular e que o respectivo período foi encurtado em 33 minutos e 15 segundos. A forma do asteróide também já não é mais ou menos simétrica e agora é um ‘elipsóide triaxial’. Ou seja: ficou com a forma de uma melancia oblonga.

A equipa do JPL usou três fontes de dados para determinar o que aconteceu ao asteróide. A primeira foi a própria nave DART, que capturou imagens de alta resolução de Dimorphos à medida que se ia aproximando para medir com precisão a distância entre Dimorphos e Didymos e assim determinar os parâmetros iniciais, antes do impacto. A segunda foi o Goldstone Solar System Radar da NASA que emitiu sinais na direcção dos dois asteróides para medir a posição e velocidade dos dois objectos. A terceira, e mais importante, foram os dados da curva de luz recolhidos por vários telescópios de todo o mundo. Estes dados referem à forma como a luz do Sol é reflectida pelos asteróides foi mudando ao longo do tempo e como o impacto alterou os seus movimentos no espaço.

De acordo com o estudo, as alterações da órbita não aconteceram logo. O período orbital de Dimorphos caiu 32 minutos e 42 segundos logo após o impacto. Nas semanas seguintes, caiu mais 32 segundos, à medida que o objecto ia perdendo material para o espaço. A órbita de Dimorphos também ficou cerca de 37 metros mais próxima de Didymos do que antes do impacto.

Os resultados do estudo também concluem que o asteróide Dimorphos é um objecto composto por material que não está muito compactado e pode até ser semelhante ao asteróide Bennu, que quase engoliu a sonda OSIRIS-REx quando esta tentou recolher uma amostra de material em 2020. Os cientistas esperam aprender mais acerca das alterações que ocorreram na estrutura de Dimorphos quando a sonda Hera da ESA chegar junto dois dois asteróides. Esta missão deve ser lançada em Outubro de 2024.

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