NATO. Turquia é muito importante para Aliança apesar de aproximação a BRICS, diz Rutte

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Assim designado devido às iniciais dos seus Estados-membros iniciais - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, o grupo, ao qual posteriormente se juntaram outros países, como Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irão, encontra-se reunido a partir de hoje e durante os próximos dois dias numa cimeira em Kazan, no sudoeste da Rússia.

A Turquia enviou representantes à reunião dos BRICS em Kazan, organizada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Rutte, de visita à capital do país Báltico, que faz fronteira com a Rússia, numa das suas primeiras viagens internacionais como secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), descreveu a Turquia como um membro "muito importante" da aliança e um Estado com "o direito soberano" de se aproximar dos BRICS.

"Sabemos que a Turquia também está a trabalhar para ou com alguns dos parceiros dos BRICS, tem o direito soberano de o fazer. Isso pode originar debates de vez em quando, bilateralmente ou no âmbito da NATO", declarou Rutte, quando questionado sobre a intenção de Ancara de se aproximar dos BRICS.

Mas "obviamente, dentro da Aliança, sendo uma democracia de 32 países, haverá sempre debates sobre isto e aquilo", comentou Rutte.

No entanto, o secretário-geral da NATO também sublinhou que "a Turquia é um aliado muito importante da Aliança, tem uma das forças militares mais bem equipadas da NATO, desempenha um papel vital na sua parte da geografia da NATO" e "traz muitas capacidades à NATO como um todo".

O dirigente da Aliança Atlântica e ex-primeiro-ministro neerlandês, que recentemente substituiu o norueguês Jens Stoltenberg como responsável máximo da organização militar, afirmou que esta está "muito feliz e satisfeita com o facto de a Turquia ser desde há tantos anos parte da aliança".

Rutte emitiu estas declarações ao lado do primeiro-ministro estónio, Kirsten Michal, a quem dirigiu palavras de reconhecimento pelo empenho e assistência do país báltico à Ucrânia, confrontada com a agressão russa.

"Ao gastar mais de 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, a Estónia realmente lidera pelo exemplo", disse Rutte, acrescentando que "investir mais é algo que todos os aliados terão de esforçar-se por fazer".

Referiu também que a Estónia se comprometeu a destinar 0,25% do seu PIB para ajuda à Ucrânia, há quase três anos em guerra com a Rússia, que invadiu o seu território em fevereiro de 2022.

"A Estónia é um dos países que mais apoiaram a Ucrânia, com mais de 500 milhões de euros em ajuda militar desde 2022", afirmou.

Questionado sobre informações relativas à chegada de soldados norte-coreanos para combater ao lado da Rússia contra a Ucrânia, Rutte declarou ter falado por telefone com o Presidente da Coreia do Sul, Yook Suk-yeol, que se comprometeu a enviar no início da próxima semana especialistas sul-coreanos para informar o Conselho Atlântico sobre o que sabem acerca do destacamento de tropas norte-coreanas.

Fazendo eco de anteriores declarações proferidas em Bruxelas, o secretário-geral da NATO afirmou: "Depois veremos se a Coreia do Norte apoia ou não a guerra ilegal da Rússia na Ucrânia [e], se for esse o caso, se enviarem tropas para a Ucrânia, isso representará uma escalada significativa" do conflito.

"Isso será realmente importante, uma escalada significativa do conflito", insistiu.

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