"Qualquer navio que atravesse o mar Vermelho, o estreito de Bab al Mandeb ou o mar Arábico, deve declarar o seguinte: 'Não estamos relacionados com Israel'", declarou na rede social X Mohamed Ali al Huti, membro do Conselho Político Supremo Huthi, organização rebelde que é apoiada pelo Irão.
Os rebeldes, que controlam grande parte do noroeste do Iémen, lançaram dezenas de ataques com 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] e mísseis contra navios comerciais desde 19 de novembro, em apoio ao grupo islâmico palestiniano Hamas na guerra na Faixa de Gaza.
Estes ataques, que estão a afetar a navegação nesta importante via fluvial para o comércio mundial, levaram ao envio de navios de guerra de vários países e à criação de uma coligação naval liderada pelos EUA no mar Vermelho para combater as ações dos huthis.
Por estes dias, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken e o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, estão a percorrer separadamente o Médio Oriente para impedir a expansão da guerra em Gaza e para pôr termo aos ataques no mar Vermelho.
Segundo Al Huti, os insurrectos vão acrescentar a uma "lista negra" qualquer navio que negue a sua relação com Israel e se dirija a um porto do Estado judaico, o que, segundo ele, encorajaria a navegação no mar Vermelho e eliminaria a necessidade de "militarizar" essas águas.
"Trata-se de uma solução simples e rentável que não representa qualquer encargo financeiro para nenhuma empresa", afirmou Al Huthi, referindo-se ao dispendioso desvio de navios através do cabo da Boa Esperança, a rota alternativa.
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