Nem dinheiro, nem terrenos: Câmara da Maia não devolve verba já paga pelo FC Porto

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O FC Porto anunciou, na última segunda-feira, a desistência do projeto para a construção da academia do clube na Maia, ideia levada a cabo pela administração de Jorge Nuno Pinto da Costa, ainda antes do ato eleitoral que tornou André Villas-Boas no novo presidente da SAD azul e branca. Perante a situação financeira delicada, a nova direção portista reconheceu não estarem reunidas as condições económicas para dar continuidade ao processo, mas a Câmara Municipal da Maia já fez saber que nem terrenos... nem dinheiro.

António Silva Tiago, presidente do município, afirmou, esta quarta-feira, que a Câmara não tem «nada a devolver» ao FC Porto, que pagou 680 mil euros como primeiro sinal para a compra dos terrenos onde iria nascer a nova academia. À comunicação social, o autarca confirmou a receção do primeiro sinal de adjudicação e a falha do clube nos prazos para a entrega do reforço, garantindo ainda que o dinheiro já pago vai ficar para o município.

«Recebemos o primeiro sinal no ato da adjudicação, 680 mil euros, e depois havia um prazo para entregar um reforço de 510 mil. Na altura, a SAD anterior entregou o cheque e o cheque não teve provimento. Esperou-se um bocado, depois houve as eleições para a SAD e esperamos uns dias. Foi-nos dito, já com a nova direção, que iam criar condições para que o cheque tivesse provimento, nós aguardámos, o banco aguardou, mas isso não veio a acontecer», afirmou o edil.

António Silva Tiago afirmou ainda que conversou com André Villas-Boas e o novo presidente azul e branco ter-lhe-á dado garantias de que iria criar as condições necessárias: «Eu tive uma conversa com o novo presidente da SAD, que me deu conta que ia criar essas condições, mas depois isso não aconteceu. Foi-me dito que a SAD não teria condições para avançar agora com o projeto e nós compreendemos.»

No que toca aos 680 mil euros já pagos pelo emblema azul e branco, o presidente da CM da Maia foi claro: nem terrenos, nem dinheiro para os portistas. «O negocio ao cair nós ficamos com o sinal e ficamos com os terrenos, é isso que dizem as condições e nós não podemos subverter aquilo que colocamos nas condições da hasta publica», explicou.

Ainda de acordo com Silva Tiago, o projeto da Maia vai para lá da academia portista, pelo que não está em causa: «Para ali temos aprovado um projeto de 357 hectares para o maior parque metropolitano do país, o projeto existe e vai além do que era a academia. A academia do FC Porto ficaria no parque desportivo Norte, que continua a existir, e relembro até que existe também um Parque Desportivo reservado para o Boavista também lá fazer a sua academia.»

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