Neuralink: o que se passa com os implantes cerebrais da empresa de Elon Musk?

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Em março, a Neuralink mostrou o seu primeiro paciente humano, Noland Arbaugh, de 29 anos, a usar um dos seus implantes cerebrais para controlar um computador. 100 dias depois da colocação do implante, a empresa de Elon Musk revela o progresso feito numa nova publicação no seu website oficial, mas também alguns dos problemas encontrados.

A publicação surge depois de o Wall Street Journal ter noticiado que o implante não estava a funcionar como desejado e que o volume de dados captado podia ser inferior ao captado. Como avançado pelo jornal, alguns dos fios que ligam o implante ao cérebro desligaram-se, impactando negativamente a captação de dados.

De acordo com a Neuralink, um número de fios do implante saiu, possivelmente devido ao ar que ficou dentro do crânio do paciente depois da cirurgia. Essa condição não traria qualquer perigo à sua saúde, pelo que nem foi colocada a hipótese de se remover o implante.

No entanto, alguns dos fios acabaram por se retrair, levando a uma redução dos bits-por-segundo, ou seja, a medida da velocidade e precisão da capacidade de controlo de um computador com os pensamentos.

Apesar de esta degradação nas capacidades, a Neuralink avançou com a demonstração pública em direto do que seria possível fazer com o implante, com Noland Arbaugh a conseguir jogar xadrez graças a este sistema. O paciente até já fez streamings ao vivo na rede social X onde se mostra a comandar computadores e a jogar.

Para corrigir o problema, a empresa modificou o algoritmo implementada e fez melhorias às técnicas usadas par ‘traduzir’ os sinais emitidos pelo cérebro para movimentos do cursor no computador, assim como à interface utilizada. “Estes ajustes levaram a uma melhoria rápida e continuada dos bits-por-segundo que, agora, ultrapassou o desempenho inicial” registado por Arbaugh, afirma a Neuralink.

Ao que tudo indica, a Neuralink quer colocar mais dois implantes nos próximos meses, depois de concluir uma ronda de verificação de segurança deste primeiro paciente.

Recorde-se que o implante N1 da Neuralink contém um processador, uma bateria e um sistema de comunicações, dentro de um pequeno contentor do tamanho de uma moeda e de onde saem 64 fios, cada um mais fino que um cabelo humano e contendo 16 elétrodos. Estes fios acabam por entrar no cortex motor do cérebro, onde os elétrodos leem e retransmitem sinais neuronais que podem ser descodificados para aferir as intenções dos pacientes.

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