“Ninguém disse nada”: Sócrates critica “silêncio” nas escutas a Galamba

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“No Partido Socialista decorre uma campanha interna para disputa da liderança com dois candidatos que aparecem todos os dias na televisão. Foram colegas do ministro. São amigos do ministro. Não obstante, nenhum deles se sentiu obrigado a falar do assunto”, criticou Sócrates.

O antigo primeiro ministro José Sócrates criticou o silêncio em relação às escutas do ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba.

“Um ministro esteve sob escuta das autoridades durante quatro anos. Quatro anos. A violência estatal é completamente obscena, não apenas no sentido de alguma coisa suja e indecente, mas também no sentido de ob-scaena, algo fora de cena, algo de inconcebível em democracia. Mas ninguém disse nada. Ninguém criticou. Nem advogados, nem professores de Direito, nem políticos, nem sequer os ativistas políticos ligados aos Direitos Humanos”, escreveu Sócrates num artigo de opinião no “Diário de Notícias”.

As criticas continuaram, mas aplicadas ao PS. “Entretanto, no Partido Socialista decorre uma campanha interna para disputa da liderança com dois candidatos que aparecem todos os dias na televisão. Foram colegas do ministro. São amigos do ministro. Não obstante, nenhum deles se sentiu obrigado a falar do assunto”, frisou o antigo governante.

“Os deveres de companheirismo parece que já não obrigam ninguém naquele partido. Nada de pessoal, trata-se de evitar o incómodo para o partido – é só política, ou o que pensam que a política é”, destacou.

De recordar que, no âmbito da operação influencer, mais de 82 mil comunicações foram interceptadas ao ex-ministro João Galamba. No entanto, menos de dez estão indiciadas como prova.

A conversa mais antiga em registo é de outubro de 2020, a última de 2022 – todas enquanto era secretário de Estado do Ambiente e Energia, antes de subir a ministro das Infraestruturas.

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