Normalidade “só existe no imaginário” do ministro da Saúde, alerta FNAM

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A Federação Nacional dos Médicos fala em práticas de “medicina de catástrofe”, em face da falta de condições de trabalho e sobrecarga dos profissionais. A situação deteriorou-se no Natal e não é expectável que melhore em janeiro, escreve a FNAM.

Quase metade dos Serviços de Urgência (SU) em todo o país atravessaram insuficiências ou tiveram mesmo que encerrar no período de Natal. Uma situação que, de acordo com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), comprova que existe falta de médicos em Portugal e, deste modo, o regresso à normalidade anunciado pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, “só existe no seu imaginário”.

A garantia é deixada em comunicado por aquela federação, que não tem dúvidas de que os médicos se veem sobrecarregados e que as condições de trabalho estão longe de ser as adequadas, pelo que os profissionais estão a praticar “medicina de catástrofe”. Escreve-se ainda que não é de prever que a situação melhore a partir de janeiro.

A FNAM sublinha que são vários os SU a funcionar abaixo dos mínimos exigíveis e dá vários exemplos, como no caso do Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUdSA), no Porto. Ali, a falta de médicos especialistas tem sido colmatada por médicos internos. Ora, há dias em que toda a urgência externa de Medicina Interna fica a cargo de um único médico interno, ao mesmo tempo que estão internados 140 doentes a cargo da mesma especialidade.

Os mesmos médicos têm sido “vítimas de desregulação ilegal dos seus horários”, reitera a FNAM, que aponta para os “seis dias de trabalho semanal”, ao mesmo tempo que não tem sido dado o descanso compensatório devido em resultado da realização de trabalho aos domingos e feriados.

A FNAM sugere ao próximo Governo que tenha “a sensatez de assumir uma negociação séria e competente, para um acordo que garanta salários justos e condições de trabalho dignas para dotar o SNS de médicos nas várias especialidades”, pode ler-se no mesmo comunicado.

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