Noruega anuncia novos fundos para os Refugiados Palestinianos

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"A guerra, as acusações emitidas por Israel, os contínuos ataques contra a organização e a retirada de fundos por parte de grandes doadores implicaram que a UNRWA se debata com sérias dificuldades financeiras. Neste contexto, é importante que a Noruega mantenha essa ajuda", indicou em comunicado a ministra do Desenvolvimento Internacional, Anne Kristiansen Tvinnereim.

A decisão foi anunciada no decurso da visita ao país do comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini. A quantia junta-se a outros 23 milhões de euros previamente anunciados pelo Governo.

As autoridades norueguesas recordaram que desde o início da ofensiva militar israelita em 07 de outubro de 2023, cerca de 200 trabalhadores da UNRWA foram mortos em ataque que tiveram como alvo escolas e hospitais, infraestruturas que "são bombardeadas diariamente".

"A sede da UNRWA em Jerusalém leste foi atacada por várias ocasiões. Em paralelo, impediram a organização de realizar o seu trabalho, pelo que é cada vez mais difícil a UNRWA atuar na Palestina", assinala o documento, ao sublinhar que a ajuda prestada pela UNRWA e outras organizações da ONU "é fundamental num mundo assente no direito internacional".

O ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Espen Barthe Eide, afirmou que a agência "representa o compromisso da comunidade internacional com os refugiados palestinianos até que se alcance uma solução política".

"É por isso que a Noruega e outros países devem prosseguir o apoio", sublinhou.

O chefe da diplomacia norueguesa assinalou no final de maio que a entrada em vigor do reconhecimento do Estado da Palestina implica "um marco" para as relações bilaterais e afirmou que Oslo tem sido "há mais de 30 anos" um dos "mais firmes defensores" do Estado palestiniano.

A decisão da Espanha, Irlanda e Noruega de reconhecer o Estado da Palestina implicou duras críticas por parte de Israel -- que convocou para consultas os seus embaixadores nestes países -- e aplausos por parte das autoridades palestinianas, grupos armados e de países da região do Médio Oriente.

Desta forma, 146 Estados-membros das Nações Unidas já decidiram reconhecer o Estado da Palestina, enquanto Malta e Eslovénia afirmaram que poderão tomar essa decisão em breve. No último mês, Barbados, Jamaica, Trindade e Tobago e Bahamas anunciaram esse reconhecimento.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento mais de 37.000 mortos e pelo menos 82.500 feridos segundo o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos.

Calcula-se ainda que 10.000 palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está a desencadear uma grave crise humanitária.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas -- "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Também na Cisjordânia e em Jerusalém leste, ocupados por Israel, pelo menos 510 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou por ataques de colonos desde 07 de outubro, para além de cerca de 9.000 detidos desde essa data.

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