“Foi feita uma avaliação ambiental estratégica, não podemos perder nem mais um dia. Não temos de inventar”, disse Pedro Nuno Santos sobre a decisão da localização do novo aeroporto.
O tema do novo aeroporto de Lisboa dividiu as opiniões durante o debate entre Pedro Nuno Santos e Inês Sousa Real. O secretário-geral do PS continua a ser defensor da solução Alcochete, enquanto a líder do PAN quer Beja.
Sousa Real afirmou que existe um subaproveitamento do aeroporto de Beja, nomeadamente quando o foco da conversa são soluções transitórias. A líder do PAN quer “aproveitar as infraestruturas existentes” em Beja, defendendo-a como uma solução equilibrada a nível “económico e ambiental”
“Não quer dizer que Beja seja a opção principal. É a opção complementar. E há uma questão para dizer ao Norte do país: estar a criar uma quarta travessia sobre o Tejo para que quem vem do Norte tenha de atravessar para a margem sul para voltar para Lisboa não me parece a solução mais viável”, apontou Inês de Sousa Real.
“Não faz sentido Alcochete-Montijo”, disse Sousa Real, lembrando os riscos ambientais e para as aves. Nesta questão, e por ter tutelado diretamente a pasta das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos lembrou que “o importante é decidir” a localização do novo aeroporto, bem como a existência de uma avaliação ambiental.
“Foi feita uma avaliação ambiental estratégica, não podemos perder nem mais um dia. Não temos de inventar. Há um relatório, uma avaliação de impacto ambiental, o que é que vamos estudar mais? Já estudamos 19 localizações. O que falta é decidir”, considerou no seu tempo de debate.
“Andamos há décadas a arrastar os pés”, sustentou.
Ferrovia é preocupação?
Largando o tema aeroporto, Inês Sousa Real atirou-se ao tema da ferrovia, sustentando a discussão sobre a localização do novo aeroporto “não pode deixar o debate da ferrovia para trás”.
O secretário-geral do PS foi conciso na sua resposta e diz que existem medidas do Governo para promover o transporte ferroviário, bem como o investimento no sector ferroviário. No entanto, nenhum dos dois líderes partidários falou sobre o tema TGV, cujo concurso foi lançado no passado mês de janeiro.
Pedro Nuno Santos lembrou que a ferrovia “esteve travada durante décadas”, mas que “avançou” nos últimos anos. “Temos praticamente toda a nossa rede ferroviária em obra”, disse.
No entanto, Inês Sousa Real argumentou que existem capitais de distrito que ainda não têm ligações ferroviárias, com Pedro Nuno Santos a contra-argumentar que os acessos fazem parte do plano que se encontra em ação.