Numa chamada com analistas, Mark Bourke, que esteve acompanhado do responsável financeiro, Benjamin Dickgiesser, afirmou que o banco estima que o produto bancário ultrapasse os 1.400 milhões de euros.
Segundo o gestor, tal poderá, "em última instância, entregar mais de 700 milhões de euros em termos de lucros após impostos".
"Tudo isto reflete o desempenho robusto em todas as linhas dos indicadores de exploração e a capacidade de expandir os balanços em ambos os lados, tanto nos depósitos, como nas carteiras de crédito", afirmou Bourke.
Na sessão de perguntas e respostas, Bourke voltou a abordar o acordo de capital contingente, do qual tem mostrado vontade de sair antecipadamente, por considerar que o banco tem capacidade de funcionar.
O acordo, válido até ao final de 2025, foi negociado durante o processo da compra do Novo Banco pelo fundo Lone Star, em 2017, e foi ao abrigo deste que o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco. Em contrapartida, o acordo proíbe a distribuição de dividendos pelo banco.
"Se tudo correr o mais depressa possível, poderemos estar prontos no início de 2025", afirmou, apontando que poderia ser acelerado em 12 meses.
"Acreditamos que é do interesse de todos que seja acelerado, mas não podemos dizer mais que isso", vincou.
O Novo Banco anunciou hoje que fechou o primeiro semestre do ano com um lucro de 370,3 milhões de euros, uma quebra de 0,8% em termos homólogos, justificada pelo aumento de provisões.
A margem financeira do banco, que diz respeito à diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, subiu 13,5% em termos homólogos, para 594,9 milhões de euros.
No primeiro semestre, apesar de ter tido um aumento na ordem de 8,7% no seu produto bancário (para 753,0 milhões de euros), o resultado líquido do Novo Banco espelha um reforço das imparidades e provisões, que subiram 56,8%, para 87,8 milhões de euros.
O reforço das imparidades e provisões foi particularmente significativo para outros ativos e contingências, com uma subida de 37,1 milhões de euros face aos primeiros seis meses de 2023. O banco explica que este crescimento é "maioritariamente devido a uma provisão para o processo de transformação, no valor de 30,0 milhões de euros, enquadrada no programa estratégico de inovação e simplificação".