O ladrão que roubava por amor à arte e não por dinheiro

2 meses atrás 97

‘A realidade supera a ficção’ é uma frase que casa bem com o amor de um ladrão pela arte e a obsessão de um escritor por personagens complexas. O resultado está aí, em 200 páginas.

O protagonista de centenas de roubos

A História conheceu numerosos ladrões de arte, mas nenhum com o perfil do francês Stéphane Breitwieser. Nunca roubou por dinheiro e as obras que ‘subtraiu’ foram sempre aquelas que o arrebatavam pela sua beleza. Guardou esses tesouros em divisões secretas da sua casa, onde podia admirá-los quando bem entendesse. Breitwieser percorreu museus, igrejas e catedrais por toda a Europa durante cerca de oito anos, e deixou-se ‘arrebatar’ por peças tão díspares como pinturas de Pieter Brueghel, o Jovem, François Boucher, Durero, Adriaen van Ostade ou Antoine Watteau, entre outros, e objetos em prata, jarrões de porcelana ou instrumentos musicais – um espólio cujo valor rondava os dois mil milhões de dólares.

Breitwieser levou a cabo 239 roubos entre 1995 e 2001, essencialmente em pequenos museus, igrejas e antiquários em França, Suíça e Alemanha. Especializou-se em arte e objetos dos séculos XVI, XVII e XVIII, e atuava com a conivência da sua namorada, Anne-Catherine Kleinklauss, para quem tudo aquilo era uma divertida aventura. Breitwieser nunca recorreu à violência e roubou sempre à luz do dia, mas a prova de que, por mais “invencível” que se considerasse, não era um ladrão profissional, foi ter tentado um segundo roubo no Museu Richard Wagner em Lucerna, Suíça, em 2001. Foi apanhado. Extraditado para França nesse mesmo ano e condenado a cinco anos de prisão, depois de devolver as obras roubadas, pediu para cumprir a pena na Suíça. Inicialmente, cumpriu-a junto de banqueiros e diretores de empresas, que considerava “melhores companheiros do que os criminosos e traficantes de droga nas prisões francesas”, com quem, declarou Breitwieser, “não tinha nada em comum”. Foi libertado em 2005 por bom comportamento, devolução das obras e pelo facto de os seus crimes terem sido de natureza não violenta. A história, porém, não acaba aqui.

O escritor que teimou em fazer dele o protagonista de um livro

Aos dez anos de idade, Michael Finkel escreveu no seu diário que, quando fosse ‘grande’, queria ser escritor. Na faculdade, começou a exercitar a escrita jornalística e, terminados os estudos, entrou para a “Skiing Magazine”. Seguiram-se a “Sports Illustrated” e a “National Geographic Adventure”. Reportagens pelos quatro cantos do mundo, viagens muitas, peripécias ainda mais.

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