O mau atraso e a boa dianteira

2 meses atrás 60

O Benfica regressou ao Estádio da Luz, mais de dois meses depois, mas não conseguiu transformar o fator casa numa vitória. Na receção aos ingleses do Brentford para um duelo de preparação, a formação encarnada conseguiu corrigir a desvantagem sofrida nos primeiros minutos, devido a um erro individual, mas não foi além do empate.

Schmidt apresentou um onze que não andará muito longe da equipa titular no arranque oficial da temporada e voltou a ter Vangelis Pavlidis como elemento de destaque. O ponta de lança grego esteve apenas 45 minutos em campo, mas voltou a encaixar bem nas necessidades da equipa e deu à sua nova casa uma amostra da sua especialidade: golos.

Morato perdoa, Pavlidis não

Perante uma casa que os mais otimistas descreveriam como meio cheia, e por mais que os adeptos presentes se fizessem ouvir, a verdade é que o Benfica não entrou bem no jogo. Corria o oitavo minuto, ainda sem qualquer investida ofensiva encarnada, e o Brentford já estava na frente devido à ingenuidade de Morato. Mbeumo, habituado a aterrorizar defesas mesmo na Premier League recolheu o mau atraso do central e abriu as contas.

O jogo começou a encontrar alguma estabilidade a partir desse momento, com a crescente intensidade das duas equipas. O 4-4-2 desenhado por Roger Schmidt tornou-se cada vez menos vincado e o Benfica foi ganhando fluidez com bola. Aursnes juntou-se muitas vezes a Florentino e Barreiro para criar superioridade no meio, deixando a asa esquerda para Carreras (boa exibição do lateral), enquanto Pavlidis e Marcos Leonardo dinamizavam o ataque.

É uma dupla interessante, a que se apresentou durante os primeiros 45 minutos. O brasileiro de 21 anos tem mobilidade e argumentos criativos suficientes para ser um segundo avançado, tal como mostrou no início da jogada do golo, e o ponta de lança grego tem uma boa relação com a baliza, demonstrada na forma como atacou o primeiro poste para assinar o empate. Quatro golos em quatro particulares para o ex-AZ Alkmaar!

Os restantes 20 minutos da primeira parte trouxeram um duelo interessante a nível tático, com o Benfica a assumir mais bola e os londrinos a apostar mais nos lances de transição, mas poucos lances junto a qualquer uma das balizas. Seguiu-se uma segunda parte com intervenientes diferentes e uma história distinta.

Nó ficou por desatar

Como é natural num jogo de preparação, Roger Schmidt quis ver coisas novas na segunda metade. Refrescou as laterais com Tiago Gouveia e Beste, colocou João Mário no lugar de Neres e até a dupla atacante que brilhou no primeiro tempo saiu, cedendo o lugar a Arthur Cabral e Gianluca Prestianni. 

Os dois novos elementos mais ofensivos sentiram a necessidade de mostrar trabalho e não demoraram a testar a baliza adversária. Prestianni obrigou o guarda-redes adversário a uma grande defesa e pouco depois foi Cabral, assistido pelo jovem argentino, quem atirou forte à malha lateral. Dois sustos, mas nenhum deles tão grande como o que Mbeumo forçou no lado oposto, com híbrido de cruzamento e remate que só foi travado pelo poste.

Os 20 minutos finais contaram com a frescura de novos elementos nas restantes posições de campo. António Silva, recém-regressado das férias, entrou e fez parelha com Bajrami, enquanto os jovens Martim Neto e João Rego voltaram a pisar o relvado da Luz. Tengstedt entrou para o ataque. Por essa altura, também Thomas Frank tinha já revolucionado a equipa dos bees, lançando vários jovens.

Houve menos engenho tático e mais anarquia nos instantes finais, mas isso serviu também de oportunidade para que alguns desses jogadores se mostrassem. Apesar dos poucos minutos em campo, António Silva, Martim Neto e Tengstedt conseguiram ainda visar a baliza adversária. Também Tiago Gouveia insistiu na importância de uma vitória, mas o empate manteve-se no marcador até ao apito final.

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