Obras na Linha do Oeste. "É uma fase e é para melhor. Temos de estar positivos"

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Emissão Renascença | Ouvir Online

15 abr, 2024 - 09:00 • João Cunha

Circulação de comboios na Linha do Oeste, no troço entre Sintra e Torres Vedras, está encerrada para obras de modernização e eletrificação. Durante quatro meses, haverá autocarros alternativos que ainda não "afinaram" os horários.

Malveira, uma das estações do troço da linha do Oeste que está encerrada, há quase uma semana, para obras de modernização e eletrificação. Encostado à porta da estação, por estes dias fechada, está Rui Coelho, vestido com roupa de trabalho que denuncia tratar-se de um operário da construção civil. O principal problema, diz, é que os motoristas dos autocarros, de uma empresa do Vale do Ave, não conhecem os caminhos.

"Isto está a ser dificultado por causa disso. Nunca chegam aqui a horas, já vêm atrasados desde Torres. Para irem para Meleças, por exemplo, têm de ir daqui á estação de Mafra, dai para o Sabugo e depois para Meleças. Os caminhos não são tão direitos como isso, sobretudo para autocarros grandes. São estradas estreitas, eles não conhecem, pior".

E assim, os autocarros chegam atrasados às estações e apeadeiros. Por isso, assegura que muitos dos habituais passageiros tiveram de optar por outras alternativas, indo "direito, via Malveira-Campo Grande pela A-8, pela Carris Metropolitana, porque é muito mais rápido", mesmo sendo mais quilómetros.

Isto, claro, quando o destino final é Lisboa ou Torres Vedras. No caso de Rómula Castro, que espera por um autocarro no centro da Malveira - porque os acessos á zona da estação são estreitos demais para os autocarros - a paragem final é Pero Negro.


Recorre aos autocarros alternativos, disponibilizados pela CP, para chegar ao trabalho. Não desgosta.

"Não é tão confortável como o comboio, mas não está a ser uma experiência tão má quanto eu achava que ia ser", admite, enquanto vai olhando para o fundo da rua para ver se o seu habitual autocarro está a chegar. O problema são mesmo os horários, "que está quase sempre atrasado. Ainda que em alguns dias isso não tenha acontecido e o horário foi cumprido".

Ainda assim, mostra-se confiante que "é uma fase e que é para melhor, por isso, temos de ser positivos".

Na estação de Torres Vedras e com destino a Caldas da Rainha, Mariana Almeida, outra habitual utente da CP nesta Linha do Oeste, também confia que tudo vai melhorar. Mas para já, faz as contas aos atrasos.

"Segunda-feira ainda não tinha começado e tivemos 20 minutos de atraso. No primeiro dia, na passada terça-feira, o atraso foi de meia-hora. No dia seguinte, o atraso já só foi de 10 minutos.

Ontem (quinta-feira), 10 também. Hoje, também deve ser os 10 ou 15 minutos".

O apito da velha e ruidosa automotora a diesel toca, dando sinal de que a partida está iminente. Não saiu sem que os autocarros - que vem direto da Malveira ou de Meleças ou os que percorrem todos os apeadeiros - chegassem à estação com os passageiros do comboio que pretendem prosseguir viagem.

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