"Foi estabelecido, durante a investigação, que membros deste grupo criminoso organizaram o tráfico de pelo menos 1.400 pessoas, migrantes irregulares do Paquistão, Afeganistão, Índia, Eritreia e China", disse a porta-voz do Ministério do Interior da Republika Srpska (a entidade sérvia da Bósnia), Dragana Kerkez.
Quando chegaram à Bósnia, estes migrantes foram transportados para a vizinha Croácia, país membro da União Europeia (UE), "em barcos que atravessaram o rio Una ou escondidos em carros", explicou a porta-voz.
De acordo com a mesma fonte, os migrantes foram "depois transportados, em carros ou camiões, para o território de Itália".
Os oito suspeitos foram detidos em várias cidades do norte da Bósnia-Herzegovina.
Ao mesmo tempo, a polícia apreendeu "várias armas, mais de 100 mil marcos bósnios [cerca de 51 mil euros], carros e barcos usados", anunciou ainda Dragana Kerkez.
A rede organizada, que operou entre 2020 e 2024, é também suspeita de tráfico de droga.
Os membros do grupo utilizavam, segundo a mesma fonte, mensagens encriptadas por um sistema denominado Sky ECC. A sua desencriptação, em 2019, por uma equipa de investigadores belgas, neerlandeses e franceses deu-lhes um acesso sem precedentes às práticas dos grupos criminosos mais perigosos, incluindo os dos Balcãs.
A operação denominada "Vertigo" foi organizada em cooperação com a Europol (serviço europeu de polícia) e com as polícias croata, eslovena e italiana.
O Ministério do Interior croata indicou, no final de setembro, que 1.430 traficantes foram detidos no país desde o início do ano, um aumento de quase 40% em comparação com o mesmo período de 2023.
A rota dos Balcãs Ocidentais é particularmente perigosa para os migrantes, com o registo de muitas mortes e feridos todos os anos.
Doze pessoas morreram em agosto quando um barco que transportava migrantes naufragou no rio Drina, na fronteira entre a Sérvia e a Bósnia.
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