Por razões que dependem dos pontos de vista de quem analisa o tema, os inimigos do presidente russo, Vladimir Putin, costumam expor-se muito a acidentes caseiros e/ou outros de que resultam a maioria das vezes a perda das suas vidas.
Desde quedas de andares muito altos a acidentes de aviação passando por exposições a produtos químicos nocivos à pele e pelos atropelamentos dentro ou fora de passadeiras, são inúmeros os acidentes que acometem o necessariamente pouco numeroso grupo de suicidários que optam pela oposição ao czarismo mais ou menos dissimulado daquele ex-membro tóxico do KGB.
Normalmente morrem cedo, mas isso não acontecerá – perdoem-me os segmentos mais velhos da população – a Oleg Orlov, ativista dos direitos humanos que acaba de ser condenado a dois anos e meio de prisão por um tribunal de Moscovo. E não acontecerá apenas porque Orlov, que nasceu em 1953, já não é propriamente novo. O crime de que foi acusado – criticar a invasão da Ucrânia – não é entendido como uma crítica a uma atuação do governo, mas como uma traição ao povo russo. Por semelhante barbaridade, dois anos e meio transforma os juízes do tribunal moscovita num grupo de gente equilibrada e que não está ali para tornar a vida difícil a ninguém.
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