OMS. Corno de África é a região mais vulnerável às alterações climáticas

9 meses atrás 59

Gestora de incidentes da OMS diz que "secas e inundações, nos últimos anos, tornaram-se mais comuns" no Corno de África. E que "causam deslocações em massa e sofrimento".

epa11043188 Migrants rest under the shade of a tree before continuing their journey on foot through a valley in the southern province of Lahj, Yemen, 23 December 2023 (issued 24 December 2023). Nearly 95,000 African migrants, notably from Ethiopia and Somalia, have arrived in Yemen between January and November 2023, surpassing the total arrivals recorded in 2022, which stood at approximately 70,000, according to recent estimates by the International Organization for Migration (IOM). For many of the migrants, who have traveled from their home countries in the Horn of Africa region, the long journey involves a risky voyage across the Gulf of Aden aboard a smuggler’s boat, before arriving on the shores of Yemen. After arriving on a beach in Yemen, migrants can walk hundreds of kilometers on foot through several cities of war-ravaged Yemen in order to reach their final destinations in the Gulf countries, IOM reported.  EPA/YAHYA ARHABi

YAHYA ARHAB/EPA

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A região do Corno de África é a mais vulnerável no que diz respeito às alterações climáticas, que se manifestaram com aumentos de temperatura e provocaram secas e inundações, declarou, esta segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“As secas e inundações, nos últimos anos, tornaram-se mais comuns. Causam deslocações em massa e sofrimento”, disse a gestora de incidentes da OMS para a emergência no Corno de África, Liesbeth Aelbrecht, durante a apresentação do Apelo de Emergência Sanitária de 2024.

Nas últimas semanas, o “fenómeno El Niño tem exacerbado estas necessidades humanitárias ao provocar inundações no Corno de África e ao aumentar secas noutras regiões, sobretudo no Norte da Etiópia e no Sudão”,  explicou Aelbrecht.

Estes desastres naturais, aliados aos conflitos na região, aumentam muitos os níveis de fome, segundo a representante da OMS. “Atualmente, mais de 15 milhões de pessoas tem insegurança alimentar [na região], o que representa um aumento de 30% comparativamente a maio de 2022”, referiu.

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A crise humanitária está a afetar as crianças: “Temos o maior número de crianças malnutridas, onde cerca de 2,7 milhões está com malnutrição grave”, o que as torna mais vulneráveis a doenças, disse.

Esta vulnerabilidade do sistema imunitário, aliado aos desastres naturais e à insegurança provocada pela guerra, fez com que surgissem surtos de cólera em sete países, mas também surtos de malária, segundo a representante da OMS. “Estes surtos pioram com a deslocação de pessoas, e cerca de 20 milhões de pessoas já tiveram de sair das suas terras, das quais 4,4 milhões por desastres naturais [secas e inundações]”, frisou.

De acordo com a representante da OMS, a organização tenta assegurar que as pessoas mais vulneráveis tenham acesso a serviços essenciais de saúde. Estão focados em proteger as pessoas de doenças através de campanhas de imunização, de resposta rápida a surtos de doenças e a prover tratamento a crianças com severa malnutrição.

“Quero dar uma mensagem de esperança. A OMS consegue prestar a ajuda humanitária necessária. Sabemos fazê-lo, temos especialistas e temos o privilégio de termos uma extensa rede de parceiros locais e internacionais”, concluiu a representante.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, durante apresentação do Apelo de Emergência Sanitária de 2024, apelou a um financiamento de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros) “para proteger a saúde das populações mais vulneráveis em 41 emergências em todo o mundo”.

Desse financiamento, 334 milhões de dólares (cerca de 305 milhões de euros) destinam-se a África, segundo uma nota de imprensa no site da OMS.

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