ONU inclui exército israelita na "lista negra" de criminosos que vitimam crianças. "Vergonha", reage Telavive

3 meses atrás 71

A lista faz parte de um relatório sobre menores e conflitos armados que deverá ser apresentada ao Conselho de Segurança da ONU no dia 14 de junho.

"A ONU colocou-se na lista negra da história, quando se uniu aos que apoiam os assassinos do Hamas", reagiu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu

"As IDF são o exército mais moral da história", acrescentou, ecoando termos utilizados pelo enviado de Israel às Nações Unidas, Gilad Erdan.

Erdan disse ter sido notificado esta sexta-feira e disse estar "completamente chocado e indignado com esta decisão vergonhosa", descrevendo as Forças de Defesa de Israel como "o exército mais moral no mundo".

O diplomata israelita afirmou-se "profundamente consternado e repugnado" pela decisão "imoral" adotada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, num vídeo difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e que revela uma suposta conversa entre ambos.

"Quem deve acabar numa lista negra é o secretário-geral, cuja decisão, desde que começou a guerra e mesmo antes, incentiva os terroristas do Hamas a usar as crianças", acrescentou Erdan.

Horas antes da declaração de Erdan, `media` israelitas indicaram que Guterres tinha informado sobre esta decisão o adido de Defesa israelita nos EUA, general Hidai Zilberman, e pela qual o Exército israelita passa a juntar-se, na "lista negra", a organizações jihadistas como o Estado islâmico ou o Boko Haram, a ainda a países como o Afeganistão, Birmânia ou Somália.

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, afirmou por seu lado que a decisão de incluir as forças militares do país naquela que é conhecida como "lista da vergonha", de países e entidades acusados de punir a população infantil em zonas de conflito, irá "impactar as relações de Israel com a ONU".

Guterres "devastado"

Na quinta-feira, António Guterres afirmou-se "devastado" com um ataque israelita a uma escola da ONU em Gaza, que fez dezenas de mortos.

O secretário-geral das Nações Unidas lamentou ainda que a organização seja incapaz de garantir a segurança e proteção dos seus funcionários.

Este não é a primeira vez que Guterres tem criticado Israel devido às suas operações militares na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 e ao seu impacto destas junto da população civil.

Israel critica o secretário-geral pela sua falta de condenação do Hamas e de denúncia das vítimas israelitas do grupo palestiniano no ataque de 7 de outubro de 2023.

A Casa Branca conformou esta sexta-feira que o secretário de estado Antony Blinken se irá deslocar na próxima semana ao Médio-Oriente para tentar promover um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, naquela que será a sua oitava visita à região desde outubro de 2023.

Blinken irá estar em Israel, no Egito, no Qatar e na Jordânia entre 10 e 12 de junho.

Bombardeamento de escola em Gaza

Os bombardeamentos da Faixa de Gaza e os combates devastaram o enclave e provocaram uma crise humanitária de proporções inauditas.

De acordo com fontes do Hospital dos Mártires de al Aqsa, perto da escola administrada pela Agência da ONU para os Refugiados Palestianos, UNRWA, pelo menso 40 pessoas morreram no ataque, que terá utilizado armamento fornecido pelos Estados Unidos da América a Israel.

Israel afirma que a escola abrigava uma base do Hamas, que operava a partir do local, tendo confirmado a autoria do ataque.

O tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz das IDF, afirmou ainda que o exército "desconhecia quaisquer vítimas civis". AS IDF têm noutras ocasiões acusado o Hamas de usar civis, incluindo mulheres e crianças, como "escudos humanos" e de instalar bases militares e arsenais ao abrigo de estruturas como escolas e hospitais, em toda a Faixa de Gaza.

Israel considera a UNRWA em Gaza uma extensão do Hamas, o grupo islamita palestiniano responsável pela invasão e ataque a Israel a 7 de outubro, em que cerca de 1200 israelitas, na sua maioria civis, foram brutalmente assassinados e cerca de 250 pessoas feitas reféns.

O ataque culminou décadas de violência entre Israel e o Hamas, que administra a Faixa de Gaza e que regularmente bombardeia Israel com mísseis. Desencadeou igualmente a guerra mais grave no Médio Oriente desde o início do século XXI.

Israel prometeu reaver todos os reféns ou os seus restos mortais e arrasar de vez a estrutura do Hamas na Faixa de Gaza.

com Lusa

Ler artigo completo