ONU "preocupada" com violência paramilitar no leste do Sudão

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Em comunicado enviado à agência de notícias EFE, Nkweta-Salami alertou que "as mulheres, as crianças e os mais vulneráveis são os mais afetados por um conflito que já ceifou demasiadas vidas".

A responsável da Organização das Nações Unidas (ONU) aludiu a informações recentes sobre ataques violentos das Forças de Apoio Rápido (FAR) no estado de Al Jazira, onde várias organizações não governamentais (ONG) reportaram, nos últimos dias, a morte de dezenas de pessoas, bem como casos de violação por parte de combatentes daquele grupo.

"Os combatentes das FAR terão disparado contra civis indiscriminadamente, perpetraram violência sexual contra mulheres e raparigas, saquearam amplamente mercados e casas e queimaram quintas", refere o comunicado.

A mesma nota destaca que os residentes de várias aldeias, incluindo Safita Ghanoubab, Al Hilaliya e Al Aziba, "foram sujeitos a ataques físicos, humilhações e ameaças", fazendo com que dezenas de civis fugissem das suas casas em busca de segurança, e os habitantes que permanecem "enfrentam graves ameaças".

"Estou chocada e profundamente consternada pelo facto de violações dos direitos humanos, como as testemunhadas no ano passado no Darfur, no oeste do Sudão, estarem a ser repetidas no estado de Al Jazira", apontou Nkweta-Salami.

Entre aquelas "violações", sublinhou, estão "os ataques seletivos, a violência sexual e os assassinatos em massa".

Segundo a nota, o número de vítimas civis devido a estes ataques ainda não foi determinado.

Milhares de famílias fugiram das suas casas para várias zonas do estado de Al Jazira, enquanto outras fugiram para os estados de Gedaref e Kassala.

"O direito internacional humanitário proíbe atingir civis, bens civis e infraestruturas públicas. É inaceitável e deve parar imediatamente. Os civis devem ser protegidos onde quer que estejam", vincou Nkweta-Salami.

O Exército Sudanês e as FAR enfrentam-se numa guerra sangrenta que, desde 15 de abril de 2023, já provocou dezenas de milhares de mortos e obrigou mais de 10 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas, transformando o Sudão no cenário da pior crise de deslocamento interno do planeta, segundo a ONU.

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