ONU "profundamente alarmada" com os ataques mortais no centro da Nigéria

"Estou profundamente preocupado com a série de ataques perpetrados por homens armados contra várias comunidades rurais no Estado de Plateau", declarou o chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, através de um comunicado.

Grupos armados levaram a cabo ataques entre a noite de sábado e a manhã de terça-feira no estado nigeriano de Plateau, uma região que tem sido assolada por tensões religiosas e étnicas desde há vários anos. Os ataques ocorreram durante as festividades de Natal.

O Estado do Plateau situa-se entre o Norte, de maioria muçulmana, e o Sul, de maioria cristã.

"Apelo às autoridades nigerianas para que investiguem estes ataques de forma rápida, exaustiva e independente, em conformidade com o direito internacional em matéria de direitos humanos, e para que os responsáveis respondam por eles em julgamentos justos", declarou.

As populações do noroeste e do centro da Nigéria vivem aterrorizadas com os ataques de grupos terroristas e de bandos criminosos que saqueiam as aldeias e matam ou raptam os seus habitantes.

"O ciclo de impunidade que alimenta a violência recorrente deve ser quebrado com urgência. O Governo deve também tomar medidas significativas para abordar as causas profundas subjacentes e garantir que esta violência devastadora não se repita", alertou.

Há anos que, neste território, se trava também uma disputa entre pastores e agricultores, com os últimos a acusarem os primeiros de destruírem as suas terras com o gado.

Agravada pelas alterações climáticas e pela explosão demográfica neste país de 215 milhões de habitantes, a violência esporádica conduziu a uma grave crise de segurança, com ataques de pessoas fortemente armadas e represálias intermináveis entre comunidades, bem como a uma crise humanitária.

O conflito terrorista causou também a morte de mais de 40.000 pessoas no nordeste da Nigéria e a deslocação de mais de dois milhões de pessoas desde 2009.

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