"Discordo totalmente daqueles que atribuem a culpa pelo crime de genocídio a uma nação inteira. O castigo coletivo nunca fez parte dos nossos valores e nunca poderá fazer parte deles. Não acredito que estigmatizar a nação sérvia com culpa coletiva seja uma opção viável", frisou o comissário húngaro, durante uma viagem a Belgrado, onde se encontrou com o Presidente sérvio Aleksandar Vucic.
Para Várhelyi, a resolução culpa a Sérvia, algo que "não contribui para superar os horrores das guerras dos Balcãs, muito pelo contrário".
O comissário europeu defendeu também que as pessoas que cometeram crimes contra a humanidade devem responder integralmente pelos seus atos, mas a culpa coletiva não pode ser estendida a uma nação.
As Nações Unidas deverão aprovar esta quarta-feira uma resolução para assinalar o dia 11 de julho como o dia internacional de comemoração do genocídio de Srebrenica de 1995.
A resolução propõe que o dia 11 de julho seja declarado "Dia Internacional da Memória do Genocídio cometido em Srebrenica em 1995" e condena a negação do genocídio e a glorificação dos criminosos de guerra.
A Sérvia e a Republika Srpska (entidade sérvia bósnia na Bósnia-Herzegovina) não reconhecem os veredictos do Tribunal Penal Internacional para os crimes de guerra na ex-Jugoslávia (ICTY) cometidos pelas forças sérvias da Bósnia em Srebrenica, onde mais de 8.000 civis muçulmanos foram mortos.
O parlamento sérvio da Bósnia adotou em abril um documento em que nega o genocídio de Srebrenica e estima o número de vítimas muçulmanas bósnias em "1.500-2.000, no máximo 3 mil".
Numa conferência de imprensa a partir de Bruxelas, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE, Peter Stano, realçou hoje que não se pode "negar ou relativizar" que ocorreu um genocídio em Srebrenica.
"Quem questiona isto não tem lugar na Europa", afirmou, enquanto o principal porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, sublinhou que Varhelyi expressou a sua opinião pessoal e não a posição do executivo comunitário ou da UE como um todo.
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