OPINIÃO | O epílogo em Braga

4 meses atrás 70

"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

A liga portuguesa conhece o seu epílogo neste fim de semana com a realização da última jornada, chegando ao fim uma maratona que foi vencida com mérito pelo Sporting CP. Contudo ainda existem posições para decidir, especialmente qual o clube que ficará em terceiro lugar, fechando o pódio, e quem será forçado a quedar-se pelo quarto posto.

Entre SC Braga e FC Porto a disputa será até ao fim e as previsões mais acertadas só deverão ocorrer depois do jogo realizado, dada a incerteza que ele encerra. Em relação à equipa que vai disputar o playoff de manutenção, com o terceiro classificado da segunda liga, ainda existem como “pretendentes” o Portimonense, o Estrela da Amadora e o Boavista, uma vez que estas equipas estão separadas somente por dois pontos e a luta deverá ser até ao derradeiro minuto das respetivas partidas, com a certeza que uma delas deixará apreensão bem marcada nos seus adeptos, em função da estatística existente neste contexto, que favorece em absoluto que vem de baixo e está mais habituado a jogar para ganhar, em detrimento do antepenúltimo do escalão principal.

O campeonato vai terminar na Pedreira, em horário nobre de um sábado à noite, onde se espera que a febre positiva invada o SC Braga e, com isso, seja capaz de renovar, sobre o limite, o terceiro lugar. Para tal desiderato, acredito que a equipa utilizará toda a dedicação e disponibilidade em campo, para uma luta que se adivinha árdua e muito exigente, frente a um FC Porto que deve dividir atenções entre este duelo e a final da Taça, onde vai querer chegar nas melhores condições possíveis.

Os portistas vivem um período atípico com dois presidentes na liderança, até que a SAD seja entregue ao líder do clube, como se impõe. Uma nota para referir que o treinador Sérgio Conceição não deverá estar no banco em Braga, algo que não deve interferir muito no rendimento da equipa, como se viu com os bracarenses no recente dérbi realizado em Guimarães, onde Rui Duarte cumpriu um castigo tão injusto como absurdo, em função das alegações para essa punição.

Os pretendentes ao último lugar do pódio chegam ao duelo decisivo separados por um ponto, depois de ambos terem vencido na penúltima jornada, com os arsenalistas de passarem com distinção no clássico dérbi do Minho e os portistas a vencerem, no último lance, o Boavista, num dérbi da cidade do Porto, que também move sentimentos especiais.

O SC Braga foi a Guimarães corrigir o percurso das duas épocas anteriores e venceu por 3x2, num encontro apaixonante, cuja rivalidade ficou bem vincada ao longo do encontro, assim como antes e depois por parte dos adeptos braguistas que cederam muitas horas do seu fim de semana para assistir apaixonadamente a este duelo, transformado num dérbi ímpar que o eleva a patamares superiores. Os conquistadores chegaram à vantagem e os brácaros deram a volta ao marcador, com golos dos internacionais Bruma e Ricardo Horta. O empate seria reposto de imediato e só no período adicional extra é que a definição chegou pela magia do pé esquerdo do internacional Rony Lopes, que marcou um golo de belo efeito e, desse modo, alegrou os corações braguistas, ali presentes ou a sofrer à distância. 

Ainda em relação ao dérbi, a nomeação de Fábio Veríssimo causou apreensão geral na Legião do Minho, mas acabou por realizar um trabalho globalmente positivo. Contudo as coisas podiam ter tido uma avaliação superior se o VAR auxiliasse em algumas decisões, como fez e bem no segundo golo bracarense através da correção de uma errada decisão inicial, nomeadamente no lance que deveria ter valido cartão vermelho a André André numa falta grosseira e na falta não assinalada sobre Matheus, tendo resultado daí um lance de possível penálti. Ora, se neste lance o árbitro tivesse sancionado a falta clara sobre o guardião luso-brasileiro arsenalista tudo o resto será anulado e haveria, por certo, uma melhor perceção da decisão arbitral. Resta a satisfação de não ter havido interferência no resultado do encontro, que levou os adeptos visitantes de volta a casa com sorriso estampado no rosto.

Duas notas finais para a formação bracarense, que pode viver um fim de semana de felicidade, uma vez que a equipa B sobe ao segundo escalão se vencer em casa o Atlético ou se, no mínimo, igualar o resultado que a equipa do Felgueiras obtiver na Covilhã. A outra nota de relevo é para a equipa de Sub 19 que tem dois jogos para fazer, pelo menos, dois pontos, para não depender de ninguém e chegar ao título de campeão nacional deste escalão, que merece pela campanha até aqui realizada, mas que carece de confirmação efetiva em campo nas duas jornadas que faltam.

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