Organização para a Libertação da Palestina lamenta morte do líder do Hamas

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Numa mensagem onde apresentou "as suas mais profundas condolências aos dirigentes e membros do Hamas", a organização apelou ao "avanço da união nacional" em torno do "único representante legítimo, a OLP".

O organismo apelou ainda à união contra Israel, a fim de "recuperar todos os direitos, que incluem o direito ao regresso [dos refugiados], o fim da ocupação e o estabelecimento do Estado Palestiniano abrangendo todos os territórios ocupados, assente nas fronteiras de 1967 com Jerusalém como capital eterna".

"Isto é essencial para lutar numa frente contra o plano israelita de deslocar o nosso povo da sua terra natal, seja em Gaza ou na Cisjordânia, recriar colonatos em Gaza e estender o confisco de terras e demolições de casas a toda a Cisjordânia, especialmente em Jerusalém", frisou ainda a OLP, da qual o Hamas não é membro.

Numa declaração separada, o Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas e rival do Hamas, sublinhou que a política de Israel de "assassinato e terrorismo não conseguirá quebrar a vontade do povo [palestiniano] de alcançar os legítimos direitos nacionais à liberdade e à independência".

Também autoridades talibãs afegãs manifestaram hoje a sua "profunda tristeza" pela morte do líder do Hamas.

O porta-voz do Governo talibã, Zabihullah Mujahid, destacou, em comunicado, que o seu assassinato "servirá para intensificar e fortalecer a resistência contra as forças israelitas".

O Irão e os rebeldes Huthis do Iémen já tinham lamentado hoje a morte de Yahya Sinouar, defendendo que o Médio Oriente o lembrará sempre como "fonte de inspiração" para os que lutam contra Israel.

O Hezbollah, por sua vez, garantiu que entrou numa nova fase na luta contra Israel.

Sinouar terá planeado cuidadosamente os ataques de 07 de outubro juntamente com o chefe das Brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, Mohamed Deif, assassinado num ataque israelita em junho passado em Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.

Em maio, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) solicitou mandados de detenção para Sinouar, Deif e outro líder do Hamas assassinado, Ismail Haniyeh, pelos seus alegados papéis no ataque.

Sinouar tornou-se o principal chefe do Hamas após o assassínio de Haniyeh, numa explosão no Irão em julho, que foi atribuída a Israel.

Nascido em 1962 num campo de refugiados na cidade de Khan Yunis, em Gaza, Sinouar foi um dos primeiros membros do Hamas, formado em 1987, e acabou por liderar o braço de segurança do grupo.

Israel prendeu-o no final da década de 1980, quando Sinouar admitiu ter matado 12 alegados colaboradores, um papel que lhe valeu a alcunha de "O Carniceiro de Khan Yunis".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na quinta-feira, após o anúncio da morte do líder do Hamas, que Israel "acertou as suas contas" com Sinouar, salientando, porém, que "a guerra ainda não terminou".

Numa intervenção transmitida em direto pela televisão, Netanyahu afirmou que a morte de Sinouar é "um passo importante" no declínio do Hamas.

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