"Os hospitais não podem fazer as reformas que são competência do Governo"

9 meses atrás 79

País

Para Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, os hospitais “têm feito um esforço para melhorar a resposta aos utentes”, mas não podem fazer as “reformas estruturais” que são necessárias no país.

O ministro da Saúde diz que a situação nas urgências está a melhorar, mas há hospitais que ainda são motivo de preocupação. Será o caso de Penafiel, onde cerca de 100 doentes estão internados na urgência e nos corredores de vários serviços.

O que é possível fazer para resolver este problema que tem afetado vários hospitais do país? Para Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, os estabelecimentos de saúde “têm feito um esforço para melhorar a resposta aos utentes”, mas não podem fazer “reformas estruturais”.

“Os hospitais têm feito um esforço, nomeadamente num contexto como este, em que temos um surto de gripe, uma elevada procura. Tem havido um reforço das equipas, tem havido um esforço para libertar camas, que é um dos principais constrangimentos durante estes períodos. Não existem camas disponíveis para internar os doentes a partir do serviço de urgência", diz Xavier Barreto, reconhecendo que esta não é uma solução para os problemas, sim o que “os administradores hospitalares podem fazer no terreno”.

Para este não ser um cenário que se repete todos os anos, são necessárias “reformas estruturais que são competência do Governo”.

“O que nós podemos constatar no último ano e que, de facto, não mudou absolutamente nada na forma como respondemos aos nossos doentes agudos. Nós temos vindo a defender há muito tempo que temos que encontrar portas alternativas para os nossos doentes, alternativas ao serviço de urgência hospitalar. (…) Temos vindo a defender que seja criado uma primeira linha de resposta nos cuidados primários, estruturada e consistente ao longo de todo o ano. Não é abrir alguns centros de saúde durante algumas semanas durante o Inverno. É, de facto, criar uma primeira linha de resposta”.

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