“Os investidores preferem governos moderados, nos quais o investimento é acarinhado”

7 meses atrás 74

À conversa com o JE, o novo líder da EY em Portugal, Angola e Moçambique diz que os investidores preferem “governos moderados” e muitos estão a “esperar para ver” o desfecho das eleições de 10 de março. Miguel Farinha admite ainda que a EY vai entrar na área jurídica, com a multidisciplinaridade.

Quais são as prioridades para o seu mandato à frente da EY?
Pode parecer um clichê, mas a prioridade número um é a de crescer, comprometidos no nosso propósito de construir um melhor mundo de negócios, honrando o legado que recebi e para o qual contribuí, também, ao longo dos 25 anos de vida profissional na EY. Em 2023 tivemos o nosso melhor ano de sempre e temos muito claro quais os alicerces em que assentou esse crescimento. Apostar constantemente nas pessoas e no talento, empoderar equipas para libertarem o potencial das suas competências e qualificações, estar perto dos clientes e ter um mindset permanentemente focado em acrescentar valor de forma diferenciada, são dimensões às quais quero dar ainda maior expressão. Como prioridade estratégica orientada para o crescimento, e que posso partilhar publicamente, diria que passa pelo reforço do investimento em tecnologia, para sermos mais rápidos e eficientes em todas as nossas áreas de atuação em Portugal, Angola e Moçambique. A integração da tecnologia em tudo o que fazemos é o futuro e é a nossa grande aposta.

Quais os grandes desafios?
Os desafios, creio, serão sobretudo os decorrentes do contexto, sendo que aqui há fatores que não controlamos, como por exemplo alguma incerteza e instabilidade internacional que podem provocar efeitos adversos na economia nacional, e também internos, pois sentimos que enquanto o cenário político resultante das eleições de 10 de março não estiver decidido há bastantes empresas que preferem “esperar para ver” e que podem estar a atrasar alguns investimentos e operações que tinham projetado para este ano. Mas este é um desafio conjuntural. Diria que um desafio estrutural é o de, de forma consistente, ser capaz de continuar a atrair e a reter talento para a EY. A nossa proposta de valor é crescentemente interessante para quem procura uma carreira nas áreas de consultoria e de auditoria, mas os jovens hoje querem mais do que uma carreira e muitos olham para o mundo como o seu mercado de trabalho, e não apenas Portugal. Este é um desafio muito grande, que não é exclusivo da EY, mas porventura na EY olhamos para ele com muita atenção e preocupação, pois entendemos que o nosso maior ativo são mesmo as nossas pessoas. E aqui permito-me destacar as dimensões da Diversidade, da Igualdade e da Inclusão nas quais tanto há ainda para fazer, dentro de casa e também junto dos nossos clientes. Acredito que empresas que abracem esta agenda serão empresas mais competitivas e mais preparadas para os desafios de um mundo em acelerada mudança.

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