Pagar mais a médicos tarefeiros nas urgências no Verão. "É mau sinal para os médicos e para o SNS", diz FNAM

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16 mai, 2024 - 08:34

O Ministério decidiu, no início do mês, autorizar o aumento do pagamento por hora, até ao limite máximo de 40%, a médicos tarefeiros.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera "uma mau sinal" a decisão do Ministério da Saúde de pagar mais 40 por cento por hora a médicos tarefeiros de modo a garantir as escalas nas urgências no Verão.

O Ministério decidiu, no início do mês, autorizar o aumento do pagamento por hora a médicos tarefeiros. O despacho, publicado em Diário da República e noticiado pelo jornal Público, permite aos hospitais, “em situações excecionais devidamente fundamentadas”, aumentar até ao limite máximo de 40% o valor pago por hora nas prestações de serviço.

"É muito mau sinal para os médicos e mau sinal para o SNS", diz à Renascença a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá.

"Muitos dos clínicos já atingiram o limite máximo legal de 150 horas extraordinárias por ano, e que a classe está "expectante para perceber como vão correr as negociações com este Ministério e que sinal vai ser dado aos médicos", aponta.

Joana Bordalo e Sá defende que a solução não passa pela externalização do serviço.

"Isto é apenas um remendo, que não valoriza as equipas que já existem, ainda as vais desestruturar mais, criando mais desigualdades, porque os médicos vão estar num serviço de urgência em que haverá retribuições muito discrepantes", o que fará com que "mais médicos possam sair dos quadros.

Por outro lado, a presidente da FNAM questiona por que motivo, havendo disponibilidade para o aumento do valor pago aos prestadores de serviço, não se opta por valorizar os médicos que estão no terreno.

"Não é uma solução que atraia mais médicos para o SNS", sublinha Joana Bordalo e Sá, lembrando ainda que "as soluções são necessárias o ano inteiro, e não só no Verão e no Inverno".

As soluções "foram entregues ao Ministério da Saúde: passam por melhores vencimentos base e melhores condições de trabalho".

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