Palestiniano morto em ataque de colonos israelitas na Cisjordânia

Um homem palestiniano morreu na madrugada de quinta para sexta-feira, vítima de um ataque de dezenas de colonos israelitas contra uma aldeia no norte da Cisjordânia ocupada por Israel. Outro homem ficou gravemente ferido.

Segundo as autoridades de saúde da Palestina, o homem (Rashid Sedda, de 22 anos) morreu vítima de disparos dos colonos israelitas durante o ataque, que causaram também um ferido grave. As autoridades palestinianas descreveram o caso como um ato de "terrorismo estatal organizado".

De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), os atacantes, mascarados, atiraram pedras e cocktails molotov contra casas e carros, provocando incêndios.

Muawiya Sedeh, 38 anos, pai de cinco filhos, estava em casa na vila de Jit, na Cisjordânia, quando a casa foi incendiada. À Reuters, descreveu que escapou com a família com uma margem de apenas alguns minutos. Quando voltou, disse que os colonos o tentaram provocar, dizendo: "Nós vamos voltar e matar-vos!" e para ir para a Jordânia ou Síria.

Moradores locais disseram que mais de 100 pessoas participaram do ataque, muitas delas usando máscaras e vestidas de preto, e pareciam bem coordenadas, dividindo-se em grupos armados com armas de fogo enquanto outros atiravam pedras e cocktails molotov.

"Tive sorte, foi uma questão de minutos entre a vida e a morte", disse Sedeh.

O ataque do Jit foi maior do que os ataques recentes de colonos da Cisjordânia, mas não foi único. A violência contra aldeias palestinianas tem aumentado à medida que a construção de povoações se espalha descontroladamente pela Cisjordânia.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, os ataques têm aumentado ainda mais. Entre 7 de outubro e esta semana, a agência humanitária das Nações Unidas registou cerca de 1.250 ataques de colonos israelitas contra palestinianos, cerca de quatro por dia.

Destes ataques, cerca de 120 resultaram em mortes ou ferimentos em palestinianos, e cerca de 1.000 danificaram propriedades palestinianas.