Palestinianos manifestam-se na Cisjordânia para agradecer à África do Sul

"Sentimos que a África do Sul ouve o nosso coração, ouve a nossa dor", disse o presidente da Câmara de Ramallah, Issa Kassis, à multidão em frente a uma estátua de Nelson Mandela doada em 2016 pelo município de Joanesburgo (África do Sul).

Os manifestantes agitaram bandeiras da Palestina e áfrica do Sul e cartazes em que se lia "Obrigado, África do Sul" e "Parem o genocídio".

"A mensagem é lembrar que seremos sempre amigos da Palestina (...) e dizer que a Palestina não está sozinha", explicou à agência France Prece o conselheiro político da representação da África do Sul na Cisjordânia ocupada, Mvuyo Mhangwane, após seu discurso aos manifestantes.

"Devemo-nos sempre lembrar que não podemos ser livres até que a Palestina seja livre", acrescentou, numa referência direta a Nelson Mandela que disse que a liberdade da África do Sul seria "incompleta sem a liberdade dos palestinianos".

Israel e África do Sul enfrentam-se na quinta-feira perante o mais alto tribunal da ONU, depois de Pretória ter acusado Israel de "atos genocidas" em Gaza, acusações descritas pelos israelitas como "difamação de sangue".

Um coletivo de 15 juízes do Tribunal Internacional de Justiça, principal órgão judicial da ONU, tem marcada para quinta-feira a primeira audiência sobre o pedido urgente apresentado pela África do Sul, em Haia, Países Baixos, a 29 de dezembro, para avaliar a acusação contra o Estado israelita de crimes, incluindo de genocídio, na Faixa de Gaza.

Num pedido de 84 páginas, a África do Sul insta os juízes a ordenarem urgentemente a Israel que "suspenda imediatamente as suas operações militares" na Faixa de Gaza.

A África do Sul acredita que Israel "envolveu-se, está envolvido e corre o risco de continuar a envolver-se em atos de genocídio contra o povo palestiniano em Gaza", acusação que o porta-voz do governo israelita, Eylon Levy, classificou como "difamação de sangue absurda".

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