“Para as expectativas palestinianas, posição oficial de Portugal é curta”, sublinha embaixador da Palestina

9 meses atrás 58

Em entrevista ao JE, Nabil Abuznaid considera que na Europa “há um certo sentimento de culpa que leva a um apoio a Israel independentemente do que faça, como um bebé mimado.

A posição do Governo português face ao conflito que ganhou uma nova escala no Médio Oriente a partir de 7 de outubro “é curta” para as expectativas palestinianas, de acordo com Nabil Abuznaid, embaixador da Palestina em Portugal, em entrevista ao JE para ler na edição impressa ou na plataforma digital JE Leitor.

O ataque do Hamas a 7 de outubro reacendeu o foco mundial num conflito que dura há quase 80 anos e que muito tem polarizado, mas pouco tem avançado para a solução de dois Estados, que parece reunir o consenso da comunidade internacional. Para o embaixador da Palestina em Portugal, Nabil Abuznaid, a demora em reconhecer o Estado palestiniano só beneficia a ocupação israelita, que acusa de impunidade. Ainda assim, há espaço para a autocrítica, sobretudo à Fatah, cada vez mais irrelevante para a população.

Explica este embaixador que “se compararmos a posição oficial do Governo português com outros países europeus, podemos dizer que é justa; se compararmos com as expectativas palestinianas, é curta. Por isso é que o problema dos palestinianos se relaciona com Israel, mas também com a postura europeia e americana”.

Nabil Abuznaid considera que na Europa “há um certo sentimento de culpa que leva a um apoio a Israel independentemente do que faça, como um bebé mimado. Nos primeiros dois dias, os EUA lideraram o processo de formação de opinião pública: o presidente Biden falou nas crianças decapitadas, que se veio a ver que era falso, mas por isso é que a Europa enlouqueceu. Não questionaram a veracidade destas alegações. Este conflito não é fácil, conhecendo os países envolvidos. Na maior parte das vezes, as decisões são tomadas para agradar aos norte-americanos”, acusou.

Para o embaixador da Palestina em Portugal, “não reconhecer o Estado da Palestina é colocar-se do lado da ocupação. Segundo a lei internacional, é uma ocupação – se tem esta definição e o Estado palestiniano deveria ser ali, porque é que não o reconhecem? Portugal prefere aguardar por uma posição europeia ou de um conjunto de países, o que não me parece bom para os palestinianos nem para a paz, só para os ocupantes”.

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