PCP condena “injúrias” aos profissionais de saúde, mas recusa críticas sobre processos por ofensas nas redes sociais

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O PCP evita lançar críticas ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e à intenção da administração desta unidade de saúde em avançar com processos por ofensas nas redes sociais aos seus profissionais nas redes sociais. A líder parlamentar e dirigente comunista, Paula Santos, considera que o “descontentamento” das pessoas é provocado pela situação de crise no setor.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Paula Santos foi, por diversas vezes, questionada se condena ou não esta intenção da unidade de saúde de Lisboa, mas a deputada comunista nunca quis assumir uma crítica aberta quer ao Hospital de Santa Maria, quer a quem ofende os profissionais.

“Uma coisa é quando acontecem situações de injúria, de ofensa”, começou por dizer Paula Santos, e com isso “naturalmente” os comunistas “não podem compactuar”, mas “outra coisa é a situação que se vive no SNS que devido ao desinvestimento a que tem sido sujeito nas últimas décadas não tem a capacidade para prestar os cuidados de saúde aos cidadãos”.

A crise no SNS “gera, naturalmente, descontentamento por parte dos cidadãos”, conclui Paula Santos, que descarta assim qualquer eventual ato de tentativa de censura ou inibição de liberdade de expressão por parte do Hospital de Santa Maria perante os utentes.

Paula Santos concede que não se pode “aceitar ações que sejam desproporcionadas”, mas conclui que não se pode “compactuar com injúrias, com ofensas contra os profissionais de saúde que trabalham em condições muitas das vezes que não são as adequadas”, deixando implícito que não discorda totalmente com a opção do Hospital de Santa Maria.

A dirigente comunista faz ainda questão de frisar que o PCP não se vai opor se houver requerimentos de outros partidos que exijam a presença da ministra da Saúde no Parlamento para ser ouvida sobre esta matéria.

“Não nos iremos opor a esses pedidos de audição, como é óbvio”, frisou a líder parlamentar comunista, que acrescentou: “Naturalmente estamos a acompanhar essa situação e havendo requerimentos sobre essa matéria não nos iremos opor a que haja essas audições e que naturalmente possam ser prestados esclarecimentos na Assembleia da República”.

Ministra da Saúde em “fuga” chamada ao Parlamento

A prioridade imediata dos comunistas é, assim, outra. Os deputados querem a ministra da Saúde no Parlamento, mas para dar explicações sobre a situação de crise nas urgências e nos diversos serviços hospitalares. Paula Santos vai propor um debate sobre a situação do SNS com a presença do Governo na comissão permanente prevista para o dia 11 de setembro.

A líder parlamentar do PCP considera “adequado” que seja a própria ministra Ana Paula Martins a responder no Parlamento, argumentando que o país passou “todo este período de julho e agosto com o Governo a fugir aos problemas com que o SNS se confronta”.

A crise das urgências e de diversos serviços de saúde encerrados por falta de profissionais e de condições é “uma situação insustentável, intolerável, que exige soluções e que o Governo recusa adotar”, acusa a dirigente do PCP.

A um mês e meio da apresentação da proposta de Orçamento do Estado pelo Governo no Parlamento, o PCP exige diversas garantias na área da Saúde, nomeadamente o aumento da remuneração base dos profissionais, carreiras com progressão, dedicação exclusiva com majoração de 50% ou ainda a contratação imediata dos médicos recém especialistas e a medicamentos gratuitos para as pessoas maiores de 65 anos de idade.

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