Apesar de um recolher obrigatório de 24 horas imposto terça-feira no distrito local de Mangu, escolas, casas e locais de culto foram incendiados e saqueados em novos ataques, segundo líderes comunitários.
A Associação para o Desenvolvimento de Mwaghavul, uma organização constituída por membros do grupo étnico Mwaghavul, predominantemente cristão, acusou os pastores muçulmanos Fulani de terem atacado a aldeia de Kwahaslalek e de terem matado "cerca de 30 pessoas".
Este número foi confirmado por um responsável local da ajuda humanitária e por uma fonte humanitária no terreno, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
"Dois campos de deslocados foram instalados na cidade de Mangu, para cerca de 1500 pessoas", disse à o presidente local da Cruz Vermelha nigeriana, AFP Nurudeen Husaini Magaji.
O governador de Plateau anunciou um recolher obrigatório na terça-feira, após um novo confronto, que as autoridades atribuíram a uma disputa entre um pastor que transportava o gado e outros residentes que utilizavam a estrada.
O estado de Plateau, que se situa na linha divisória entre o norte da Nigéria, predominantemente muçulmano, e o sul, predominantemente cristão, é um foco de violência intercomunitária.
As tensões aumentaram desde que quase 200 pessoas foram mortas no Natal em ataques a aldeias predominantemente cristãs.
A Jama'atu Nasril Islam, uma organização comunitária muçulmana, disse também que os confrontos tinham eclodido entre terça e quarta-feira na cidade de Mangu e que locais de culto e escolas religiosas tinham sido atacados.
O número de mortos neste ataque ainda não é conhecido.
Os confrontos nos estados do noroeste e do centro-norte da Nigéria têm origem em tensões comunitárias sobre a utilização das terras entre pastores nómadas e agricultores sedentários.
Mas este tipo de ataque degenerou numa criminalidade mais alargada com grupos fortemente armados, a atacarem as aldeias, saquearem e raptarem para pedir resgate.
Desde a chegada ao poder em maio, o Presidente, Bola Ahmed Tinubu, declarou que a luta contra a insegurança é uma prioridade, nomeadamente com vista a atrair investimentos estrangeiros para o país.
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