Ambas as vítimas morreram no Hospital Universitário Médico de Dhaka, na sequência de ferimentos após o início da violência no distrito central de Munshiganj e no distrito sudoeste de Pirojpur, explicou à agência espanhola EFE uma fonte policial.
"Ambos foram trazidos para cá gravemente feridos", acrescentou.
O chefe da polícia de Munshiganj, Aslam Khan, indicou que as autoridades estão a tentar prender os envolvidos neste incidente, no qual, segundo a imprensa local, as vítimas sofreram ferimentos de bala quando apoiantes de um candidato independente alegadamente atacaram uma sede do governo da Liga Awami.
Estes acontecimentos ocorrem apesar de o país ter destacado tropas militares e navais para reforçar a segurança, à medida que se aproxima o dia de domingo, data das eleições gerais.
Desde que as eleições foram anunciadas, em meados de novembro, pelo menos cinco pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos.
A primeira-ministra, Sheikh Hasina, líder da Liga Awami, é a candidata favorita para conquistar o quarto mandato consecutivo, depois de a maioria dos partidos da oposição ter decidido boicotar as eleições.
O Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP) e outros grupos da oposição exigem que o governo se demita e transfira o poder para uma administração interina para gerir as eleições, uma exigência rejeitada pela Liga Awami.
O maior partido da oposição acusa ainda o governo de detenções em massa, ataques a líderes e ativistas partidários, tortura sob custódia, desaparecimentos forçados e detenções ilegais no período que antecedeu as eleições.
Face ao boicote da oposição, o 'think tank' International Crisis Group questionou a credibilidade destas eleições, num comunicado hoje divulgado.
"Afirmamos que as negociações entre a Liga Awami, no poder, e o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), na oposição, são necessárias para evitar a instabilidade no curto prazo e trabalhar em direção a um novo acordo político que dará aos eleitores de Bangladesh uma escolha genuína no futuro", afirmou o grupo.
Leia Também: Líder da oposição exilado denuncia eleições fraudulentas no Bangladesh