Pessimismo ganha terreno tradicional otimismo do Ocidente

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Mais um estudo da Associação Gallup International (GIA) refere que o mundo olha para 2024 como um pronúncio para os piores desastres. Uma guerra nuclear incluída.

A maioria das pessoas em todo o mundo espera um ano conturbado em 2024. Oito em cada dez cidadãos de todos os continentes temem uma possível guerra nuclear, avaliando o risco como moderado ou alto. A maioria também espera dificuldades económicas em vez de prosperidade económica no próximo ano, embora o pico do pessimismo económico tenha passado com a Covid-19.

Estes são alguns dos principais resultados da tradicional pesquisa de Fim de Ano da Associação Gallup International (GIA), sendo que em Portugal o estudo foi realizado pela Intercampus. Do outro lado dos problemas – possivelmente do lado dos distraídos, “um quarto das pessoas em todo o mundo espera um 2024 mais pacífico”; mas “dois em cada cinco esperam o oposto – um ano mais conturbado.

Em comunicado, o lado português da pesquisa adianta que “quase todos os outros esperam o mesmo que antes. Assim, as preocupações definitivamente prevalecem. Há alguns anos, por exemplo, o Índice Global de Otimismo pela Paz revelou quotas quase iguais de otimistas e pessimistas. Agora, aparentemente, a guerra na Ucrânia desencadeou medos em todo o mundo”.

Na própria Ucrânia, “26% dos inquiridos esperam um ano mais pacífico, 33% – mais conturbado e 36% – o mesmo. Os restantes inquiridos não conseguiram responder. Na Rússia, as quotas são de 12% mais pacífico, 35% mais conturbado e 29% o mesmo”.

Em geral, o Ocidente parece preocupado. No canto oposto, encontram-se mais países do Sul e do Oriente, com exemplos como o Afeganistão e a Indonésia atingindo até 68% de quotas de expectativas positivas em termos de paz e guerra.

“Infelizmente, não há uma redução significativa nos receios nucleares. Dois quintos das pessoas entrevistadas veem agora um alto risco de uso de armas nucleares. Quase a mesma proporção de avaliações de risco moderado e apenas 14% não veem risco. Os restantes inquiridos não conseguiram responder”.

Assim como no ano passado, a maioria dos inquiridos nos EUA vê o risco como moderado. Na Rússia, as atitudes são semelhantes às do ano passado – desta vez, as quotas declaradas de risco moderado versus quotas de alto risco são de 40% para 20%.

“Dois em cada cinco entrevistados em todo o mundo esperam um ano melhor e um em cada quatro espera um pior. Cerca de 30% esperam o mesmo ano do anterior. Países como Alemanha, EUA, Rússia mostram alguma melhoria nas expectativas em comparação com o final de 2022, embora permaneçam preocupados”.

Países como o Irão, por exemplo, não são pessimistas, a Índia é claramente positiva e países do Sul, por exemplo, são tradicionalmente otimistas. “A Europa, pelo contrário, continua não tão positiva, com as exceções felizes das comunidades albanesas. Notavelmente, a Arábia Saudita mostra 84% de expectativas positivas. Em Portugal, 29% dos inquiridos está otimista em relação a um ano melhor e 44% considera que não teremos um ano melhor”.

As expectativas económicas também revelam sinais de alívio, mas são bastante fracos. 39% esperam um ano de mais dificuldades económicas, o que é nove pontos menor do que há doze meses. As expectativas de prosperidade ou, pelo menos, de ausência de mudanças, por outro lado, indicam algum aumento, mas o pessimismo ainda prevalece. Em Portugal, as expetativas económicas são prósperas para 17% dos inquiridos e pessimistas para 63%. Para 19% dos inquiridos será igual, refere ainda o comunicado.

Um total de 40.428 pessoas foram entrevistadas globalmente. Em cada país, uma amostra representativa de cerca de mil homens e mulheres foi entrevistada durante outubro-dezembro de 2023, seja pessoalmente, por telefone ou online. A margem de erro da pesquisa está entre +3-5% com um nível de confiança de 95%.

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