Pessoas com deficiência sentem dificuldades na fruição de Cultura

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As conclusões figuram num estudo desenvolvido pelo Obi.media - Observatório de Inovação nos Media, da Universidade Nova de Lisboa, para a empresa Access Lab, com base num inquérito a 237 pessoas, sobre a fruição de práticas culturais pelas pessoas com deficiência, neurodivergência e surdas.

O estudo revela que metade dos inquiridos (53%) participou entre dois a cinco eventos culturais no último ano e que mais de 80% das pessoas foram a um festival ou a um concerto e 51% foram ao cinema.

Quando foram a um evento cultural -- como um concerto, uma peça de teatro, uma ida ao cinema -, 63% dos inquiridos sentiram dificuldades, nomeadamente sobre a aquisição de bilhetes, na localização de lugares para pessoas com deficiência ou sobre instalações sanitárias.

Apesar das dificuldades, no total das respostas obtidas, 47% das pessoas inquiridas disseram que a experiência cultural foi boa e 31% disse que foi mediana. Para 9% dos inquiridos foi excelente, para 8% foi medíocre e para 5% foi uma má experiência.

Sobre as 237 pessoas que participaram no estudo, 66% têm uma deficiência motora, 16% têm uma deficiência visual, 10% são surdos e 15% relataram ter neurodivergência ou uma deficiência intelectual.

Ainda sobre o perfil dos inquiridos, a idade média é de 40 anos, a maioria (68%) é solteira, mas apenas 14% vive sozinha. Quarenta e um por cento das pessoas solteiras vivem com os pais.

"Tendo em conta que a idade média dos inquiridos é 40 anos, podemos sugerir que as pessoas com deficiência enfrentam vários desafios ao nível da autonomia e independência e que o assistente pessoal ainda é uma figura residual", refere o estudo.

Perante os dados compilados, a Access Lab e o Obi.media - Observatório de Inovação nos Media recomendam, por exemplo, mais investimento na formação dos profissionais da cultura e melhorias na "comunicação para a inclusão", porque há "um padrão de falta de conhecimento em relação aos públicos com deficiência e Surdos, bem como às suas necessidades".

Para a Access Lab, não basta existir programação cultural acessível para aqueles públicos. "Tem de ser adequada ao espaço, contexto e necessidades dos públicos" para os quais se programa, sendo recomendada a criação de estudos-piloto ou a existência de "um assessor que represente estes públicos".

O estudo foi divulgado pela Access Lab, uma empresa que tem trabalhado o acesso de pessoas com deficiência e Surdas à cultura e ao entretenimento, por considerar que é um "direito humano fundamental".

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