“Plano da Maserati falhou por completo” admite Carlos Tavares

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A Maserati tem dado algumas dores de cabeça à Stellantis, mas Carlos Tavares revela que o problema "era evidente" e já está a ser resolvido.

Ainda que seja uma das marcas de automóveis com mais história, inúmeros sucessos na competição e alguns dos automóveis mais desejados, a Maserati passa atualmente por um período difícil.

É a única marca de luxo da Stellantis, mas não está imune à regra estabelecida por Carlos Tavares, o diretor-executivo do grupo, quando refere que “se uma marca não for lucrativa, é para fechar”.

Mas ainda é cedo para tomar decisões drásticas, apesar dos rumores da venda da marca que se seguiram a estas declarações. O que levou até a um desmentido oficial da Stellantis para os enterrar de vez.

Tavares, confesso apaixonado por automóveis, prefere colocar as marcas que lidera no trilho correto, em vez de simplesmente «bater com a porta». Foi uma das conclusões que tirámos da conversa que tivemos com o CEO da Stellantis no último Salão de Paris, onde ficámos a saber que já estão a ser tomadas medidas para inverter a trajetória da marca italiana.

O que se passa com a Maserati?

Os problemas da Maserati ficaram evidentes na divulgação dos resultados do primeiro semestre de 2024 da Stellantis. As vendas ficaram 50% abaixo dos valores registados no período homólogo de 2023, fazendo a marca entrar no vermelho.

Tavares disse que o problema “era evidente” e nada tinha a ver com os produtos da marca. As principais dificuldades estavam no mercado chinês e norte-americano, ainda que por motivos diferentes.

Na China, o terceiro maior mercado da marca, o «patrão» da Stellantis afirma que “surgiram problemas com os concessionários, que queriam fazer descontos muito grandes, como sempre acontece, e tivemos que estancar o problema, o que afetou os volumes”.

Maserati GranCabrio Folgore - jante© Maserati

Os Estados Unidos, o maior mercado da Maserati, que deveria compensar a quebra na China, não o fez. Como Tavares constata “o plano de marketing falhou por completo”, arrastando as vendas. O executivo português explica que lhe apresentaram um plano de marketing no segundo trimestre deste ano (abril-junho) para várias marcas nos EUA, que lhe pareceu “demasiado arriscado”.

Esse plano foi aprovado porque, como o próprio diz, “as equipas de cada uma das marcas devem ter a sua autonomia.” Mas se não funcionar “tem de existir responsabilização”.

Os próximos passos

Foi o que aconteceu, traduzindo-se na substituição de Davide Grasso, o diretor-executivo da marca — a pasta passa para Santo Ficili, que também passou a liderar a Alfa Romeo — e na adoção de um novo plano de negócio.

De acordo com Tavares, quando se der início à avaliação das 14 marcas da Stellantis em 2026, a Maserati já não deverá ser a que encontramos no topo da lista de problemas a resolver.

Nesse sentido, Tavares diz que conta hoje com uma “gama sólida e já inclui opções 100% elétricas“. Esta deverá ser complementada até 2028, com os sucessores do Levante e Quattroporte, cujas gerações atuais já foram descontinuadas.

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