Plano de emergência para o SNS. "Vamos buscar mais médicos onde?"

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30 mai, 2024 - 10:00 • Teresa Almeida

A Associação de Médicos de Medicina Geral e Familiar entende que pôr os centros de saúde privados na equação não vai aliviar as listas de espera.

O presidente da Associação de Médicos de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, diz que não há médicos suficientes no mercado para cumprir o plano de emergência para a saúde, apresentado pelo Governo na quarta-feira.

Em declarações à Renascença, Nuno Jacinto alude a um "milagre da multiplicação" para questionar: "Quem são os profissionais, nomeadamente os médicos de família, que vão dar resposta a estas medidas?"

Para Nuno Jacinto, fazer entrar os centros de saúde privados na equação não vai aliviar as listas de espera.

"Gostaríamos de perceber onde é que está a capacidade, a nível do setor privado e setor social, para dar resposta com especialistas em medicina geral e familiar à população que não tem médico de família", insiste.

"Vamos buscar mais médicos?", questiona, ainda, o médico, prosseguindo: "Se sim, vamos buscar mais médicos onde? E se podemos ir buscá-los para o privado, porque não fomos buscar para o público?”

Nuno Jacinto diz também que o setor privado já tem a sua capacidade instalada. "Os colegas que trabalham no setor privado não estão propriamente parados à espera que venham os utentes do SNS. Portanto, já têm as suas atividades. Mesmo no setor privado, quais são os recursos que vão fazer tudo isso?”.

“Como é que vai o governo diminuir as listas de utentes sem médicos de família com a entrada dos centros de saúde privados, se não há número de médicos de família suficientes no mercado?”, remata o presidente da Associação de Médicos de Medicina Geral e Familiar.

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