Plano de recuperação do rei dos cogumelos “foi bem recebido e entendido”

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Uma semana após ver aprovado plano de revitalização a cinco anos, Varandas de Sousa desvaloriza protesto de trabalhadores que teve adesão inferior a 2% neste fim de semana.

“Como é público, o momento político-partidário do país é sensível. Compreendemos, portanto, as movimentações de um sindicato. A adesão à greve no sábado foi de 1,5% nas três unidades; no domingo foi de 0,9% — o que confirma que o plano de recuperação está a ser bem recebido e entendido, o que nos incentiva e responsabiliza. A adesão de hoje, véspera de feriado, será avaliada apenas no fim deste processo.”

É assim que a gestão do rei dos cogumelos, empresa resgatada pelo CoRe Capital a uma insolvência que lhe ditara a morte, em 2020, reage ao protesto que está a afetar a empresa, apenas uma semana depois de aprovado o plano de recuperação.

Após um perdão de dívida de cerca de 54 milhões de euros, sob liderança do fundo de capital de risco gerido por Martim Avillez Figueiredo, Nuno Fernandes Thomaz e Pedro Araújo e Sá, a Varandas de Sousa levou a cabo um trabalho rigoroso para salvar a companhia. Na semana passada, deu um passo final nesse projeto, com a aprovação dos acionistas CoRe, Sogepoc e Sugal (estes minoritários) ao plano de revitalização a cinco anos que prevê um investimento avultado já a partir deste ano. A prioridade para os cerca de 3 milhões de euros que entrarão já nas engrenagens é a substituição dos equipamentos e a expansão da produção, garantes da viabilidade e perspetiva de desenvolvimento daquela indústria.

“A Varandas de Sousa está a cumprir um exigente processo de recuperação financeira e comercial. Depois de um período em que a empresa esteve a um passo de fechar as portas — o tribunal condenou o proprietário por insolvência culposa —, a empresa foi resgatada e a primeira ação foi pagar os salários em atraso aos trabalhadores”, recorda ainda fonte oficial da companhia, ao NOVO.

Fundada em 1989 e apesar das dificuldades vividas, a empresa conhecida como o rei dos cogumelos foi exportadora até 2017, tendo chegado a atingir a fasquia de cerca de 30% da produção em vendas ao estrangeiro. O acumular de dívidas nos últimos anos, chegando a 69 milhões de euros, quase obrigou a empresa a fechar as portas, tendo mesmo estado perto de ser vendida num pacote de malparado no Novo Banco, que era credor de mais de metade desse valor. A banca aceitou, porém, em 2020, a proposta de restruturação do CoRe, fundo de capital de risco vocacionado para a restruturação de pequenas e médias empresas em dificuldades e que já ajudou a recuperar a Jayme da Costa, por exemplo.

Agora numa  nova e “importante fase da sua vida”, segundo os gestores “devidamente impulsionada pelo necessário investimento nos trabalhadores, nas condições de trabalho e nas infraestruturas”, o compromisso é reconstruir e aumentar valor. “A comunicação e o compromisso com os trabalhadores é permanente e continuam a ser melhorados; é são, aliás, um pilar central neste delicado processo de recuperação”, vinca ainda fonte oficial, reafirmando o seu compromisso com as pessoas e as equipas, bem como com o desenvolvimento da região. “Juntos estamos a construir uma empresa sólida e com futuro”, sublinha ainda a mesma fonte, que desvaloriza a contestação de alguns trabalhadores.

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