Plano do UniCredit para o Commerzbank pode significar despedimentos

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O CEO do UniCredit fez uma sugestão que pode pôr em causa a dimensão da força laboral do Commerzbank: Andrea Orcel afirmou que o banco alemão poderia ser "mais bem sucedido" se fosse reestruturado à semelhança do que aconteceu com o Hypovereinsbank (HVB), adquirido pelo banco italiano em 2005.

Ora, desde a aquisição do HVB que o quadro de funcionários foi cortado em mais de metade, a par de fechos de filiais por todo o mundo e mudança de negócios para outros países onde a instituição financeira opera. 

O resultado destas duras medidas é simples: um banco que gera cerca de duas vezes mais receita por funcionário, em comparação com o Commerzbank, e distribui o capital de forma mais eficaz, de acordo com a Bloomberg. 

"O Commerzbank é o que o HVB costumava ser na Alemanha e, portanto, temos diretrizes do que e como podemos fazer, excluindo qualquer fusão", afirmou Orcel, esta quarta-feira, em Londres.

Em 2009, o antigo HVB tinha cerca de 19 mil trabalhadores. Em junho de 2024, o número mergulhou para os 9,7 mil funcionários. Embora a grande parte dos cortes tenham acontecido antes de Orcel assumir o comando da UniCredit, no início de 2021, só em três anos a queda foi de 20%.

Agora, a crença do CEO é que o Commerzbank pode replicar a estratégia se quer ser mais eficaz. 

A ideia de corte na força laboral tem também sido criticada pelos sindicatos. Stefan Wittmann, representante sindical e que faz parte do conselho de administração do Commerzbank, apelidou o desenvolvimento do HVB de "desastre" no início de setembro. "Não precisamos que os italianos venham e liquidem os bancos alemães tradicionais", acrescentou. 

A caminhada que Orcel fez para se tornar o maior acionista do Commerzbank tem deixado os governantes alemães preocupados com o financiamento que o banco oferece para muitas pequenas e médias empresas da Alemanha, a maior economia da Europa.

Esta quinta-feira, o Commerzbank prometeu aumentar a rentabilidade do banco e aumentar os dividendos. A nova CEO do banco alemão, Bettina Orlopp, considerou que a instituição financeira já está num "caminho muito, muito bom". A primeira onda de negociações entre os bancos alemão e italiano decorrerá esta sexta-feira, 27 de setembro.

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