Pobreza atinge mais de um quarto da população portuguesa

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Portugal tem a 13ª maior taxa de risco de pobreza ou exclusão social. Dentro da União Europeia, o país tem a 11ª taxa de risco de pobreza mais elevada, estando abaixo do Luxemburgo e acima de Malta.

Em Portugal a taxa de intensidade de pobreza, que mede a profundidade da pobreza, apresentou um crescimento em 2022 para 26,5%, face aos 21,7% registados em 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. De forma clara e simples, este dado mostra que, em Portugal, os pobres estão mais pobres.

De acordo com a Pordata, as famílias que se encontram nesta situação tinham um rendimento monetário disponível 25,6% abaixo da linha de pobreza, sendo que Portugal tem a 13ª maior taxa de risco de pobreza ou exclusão social entre os 27 estados-membros da União Europeia (UE), o que significa que uma em cada cinco pessoas vive nesta situação.

Dentro da UE, Portugal tem a 11ª taxa de risco de pobreza mais elevada, estando abaixo do Luxemburgo e acima de Malta.

De acordo com o inquérito às condições de vida e rendimento em 2022, cerca de 1,9 milhões de pessoas em Portugal encontravam-se em risco de pobreza, vivendo com rendimentos inferiores a 591 euros mensais. Se se considerar a população que não tem capacidade financeira para adquirir bens essenciais, este número aumenta para 2,1 milhões de pessoas.

O grupo de crianças e jovens é o que regista o maior crescimento da taxa de risco de pobreza, sendo este o grupo que evidencia maior vulnerabilidade. Contudo, o grupo social mais vulnerável à pobreza é a população desempregada, que registou uma das subidas mais elevadas da última década, de 3,3 pontos percentuais (p.p.) em 2022 face ao ano anterior.

No entanto, apesar destes grupos serem tendencialmente os mais vulneráveis, ter um emprego não garante que se consiga evitar a pobreza, uma vez que os dados da Pordata mostram que um em cada dez indivíduos empregados é pobre.

Também as famílias monoparentais e as pessoas que vivem sozinhas são afetadas por esta situação, já que uma em cada três famílias monoparentais vive, já com as transferências sociais recebidas, com menos de 591 euros por mês.

O preço das casas é um dos principais problemas que se sente em Portugal, estando um em cada quatro inquilinos em situação de sobrecarga financeira com as despesas de habitação, em 2023. Isto significa que mais de um em cada quatro inquilinos gasta pelo menos 40% do seu rendimento com custos da renda da cada e despesas associadas.

Enquanto os preços da compra de casa mais do que duplicaram em Portugal, em comparação com 2015, os aumentos dos salários ficaram muito aquém das necessidades, tendo crescido 35% desde 2015.

Esta quarta-feira, dia 17 de outubro, celebra-se o dia da Internacional para a Erradicação da Pobreza, sendo este um retrato da Pordata dos dados sobre a pobreza e da sua evolução em Portugal.

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