Podemos evitar tragédias como a de Praga? "Há casos de sucesso, inclusive em Portugal"

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14 pessoas morreram e 25 ficaram feridas depois de um atirador de 24 anos ter atacado uma faculdade em Praga. O Governo da República Checa vai reunir de emergência para avaliar o que fazer a partir de agora.

João Annes, que faz parte do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes, analisou o perfil do ataque em Praga, planeado e levado a cabo por um estudante de 24 anos, que terá tirado a vida ao próprio pai antes de matar e ferir dezenas de pessoas.

Infelizmente, há precedentes que podem ter “inspirado” o atacante, “abatido” pela polícia no topo do edifício da faculdade.

“Foi um lobo solitário, alguém que provavelmente por fruto das perturbações mentais e do contexto de vida, inspirou-se em situações parecidas noutros países para planear e levar a cabo um ataque que tinha também como objetivo, provavelmente, tirar a própria vida no final”, diz João Annes, que dá o exemplo de um atendado nos Estados Unidos, na década de 1960.

Em agosto de 1966, Charles Whitman subiu numa torre da faculdade e abriu fogo contra a população, provocando 14 mortos e 31 feridos. Ficou conhecido como o massacre da Universidade de Texas. Antes do ataque, o atirador matou a mãe e a mulher.

“Tinha como objetivo provocar o maior número de vítimas e depois tirar a própria vida. É um perfil comum, infelizmente”.

Em 2022, evitaram um atentado em Lisboa

João Annes considera que é necessário dotar as forças de segurança “das capacidades para detetar e monitorar estas ameaças”, para que “a investigação criminal possa atuar para prevenir”, lembrando que “há casos de sucesso”, até mesmo em Portugal.

“Em 2022, evitaram um ataque à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi possível através da cooperação internacional, nomeadamente com o FBI, para trocar informações, que permitiram atuar antes de um ataque acontecer”.

Detetar estes casos não é tarefa fácil, mas, normalmente, há indícios, afirma João Annes, lembrando que o atirador de Praga tinha um canal no Youtube onde deixava “pistas” sobre o que podia vir a acontecer.

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