Um porta-voz policial disse à Efe que a interrupção foi antecedida de uma "apreciação legal", após a qual a polícia decidiu suspender o resto do congresso, que deveria continuar até domingo.
Nas redes sociais, a polícia afirmou que "existe o risco de se voltar a dar palco a alguém que no passado já se manifestou em público de forma antissemita e a promover a violência".
O autarca de Berlim, o conservador Kai Wegner, agradeceu à polícia ter agido com determinação face ao que definiu como um "ato de ódio".
Jornalistas e ativistas presentes no congresso avançaram que a pessoa em causa é o palestiniano Salmán Abu Sitta, a quem também já tinha sido negada a entrada na Alemanha.
Também o reitor da Universidade de Glasgow, o cirurgião britânico-palestiniano Ghassán Abu Sitta, denunciou que tinha sido impedido de entrar no país, já no aeroporto de Berlim.
"O governo alemão impediu-me pela força de entrar no país. Silenciar uma testemunha do genocídio perante o TIJ [Tribunal Internacional de Justiça] soma-se à cumplicidade alemã com o massacre em curso", disse Abu Sitta, na sua conta na rede social X.
Por seu lado, os organizadores criticaram que a polícia tenha proibido "sem motivo" o evento e anunciaram que um ativista judeu tinha sido detido durante a operação policial.
O objetivo do congresso era precisamente denunciar a alegada repressão pelas autoridades alemãs das vozes críticas com a guerra de Israel na Faixa de Gaza e a defesa incondicional das ações israelitas pelo governo alemão.
No congresso estava prevista a intervenção, no sábado da ex-ministra espanhola Irene Montero, cabeça de lista do Podemos ao Parlamento Europeu.
"A cumplicidade com [Benjamin Netanyahu] e o Estado genocida de Israel implica também criminalizar a solidariedade com a Palestina, como está a ocorrer agora mesmo em Berlim", disse Montero nas redes sociais.
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