Polícia vai vigiar funeral de Odair Moniz

1 hora atrás 23

A PSP vai vigiar, “de forma discreta”, o funeral de Odair Moniz, que se realiza pelas 14h00 de hoje, no cemitério da Amadora. O dispositivo policial foi ontem visível no velório do homem de 43 anos (na Paróquia da Buraca), que, recorde-se, foi morto às mãos da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura. O óbito e as 5 noites consecutivas de distúrbios na Área Metropolitana de Lisboa levaram também, ontem, a duas manifestações em Lisboa, uma do Chega de apoio à PSP, e outra, que reuniu milhares de pessoas ligadas a 85 associações e movimentos de imigrantes, a pedir justiça pela morte de Odair.Luís Elias, comandante da PSP de Lisboa, reiterou “os sentidos pêsames” à família de Odair e colocou o efetivo que comanda disponível para “apoiar no que for preciso”, durante o funeral de hoje, como operações de desvios de trânsito. O responsável prometeu, ainda, que os agentes destacados para o policiamento do velório e funeral de Odair Moniz “estarão atentos a hipotéticos distúrbios”. Quanto às duas manifestações realizadas ontem em Lisboa, de sentido contrário, decorreram sem qualquer incidentes. Ambas tiveram início às 15h00. O partido Chega, com o mote de “apoio total às forças de segurança”, e de “recusa de bandidos”, reuniu apoiantes na Praça do Município. Em marcha, vigiada por pessoal fardado, André Ventura, presidente do partido, disse “que temos um conjunto de vândalos a destruir o País todas noites”.“Se quem acabar por ir preso for eu, está tudo errado neste País, na democracia, no Estado de direito”, considerou. O presidente do Chega abandonou a Assembleia da República, onde terminou a manifestação, após um breve discurso a apoiantes. Mais concorrida, com milhares de pessoas, foi a manifestação do movimento ‘Vida Justa’. Com representantes de associações de apoio a imigrantes, o protesto pediu justiça pela morte de Odair, e gritou contra o alegado abuso policial. Iniciada no Marquês de Pombal, a manifestação terminou nos Restauradores. Uma grande foto de Odair foi segurada por familiares, amigos e Cláudia Simões, a mulher que acusou um agente da PSP de agressão, em 2020, em Massamá.

13 carros e 5 motos a arder na quinta noite de violência 

A PSP registou ontem distúrbios em cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, pela quinta noite consecutiva de violência urbana, que se seguiu à morte, ocorrida na madrugada de segunda-feira, de Odair Moniz às mãos da PSP. Segundo as autoridades, foram registadas ocorrências nos concelhos de Lisboa, Barreiro, Cascais, Loures e Vila Franca de Xira. A maioria, segundo a PSP, teve lugar na freguesia lisboeta de Benfica. Uma pessoa foi presa, e outra identificada. As patrulhas registaram 13 carros e cinco motos incendiados, e sete contentores do lixo danificados pelas chamas. A noite de sexta-feira para sábado registou situações que ainda não tinham sido vistas nesta vaga de violência. Além de um sofá ter sido incendiado na via pública, uma artéria foi bloqueada com mobiliário urbano e, pelo menos, três fachadas de edifícios habitacionais danificadas. A PSP renovou, entretanto, o compromisso de “garantir a segurança e ordem pública”, alertando que “não vai tolerar os atos de desordem e destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade”.E TAMBÉM

PETIÇÃO PERTO DE 90 MILOntem à tarde, já quase chegava aos 90 mil o total de subscritores de uma petição pública a pedir um inquérito-crime contra o presidente do Chega, André Ventura, e o líder parlamentar, Pedro Pinto. Em causa, alegados crimes de “instigação à prática de crime”, “apologia da prática de crime” e “incitamento à desobediência”.TRANSPORTES PEDIDA PROTEÇÃOA Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) defendeu ontem a necessidade de conciliação do direito das pessoas ao transporte, com um reforço de segurança dos motoristas atacados no âmbito da vaga de distúrbios na área de Lisboa. A Fectrans pede mesmo aos associados que denunciem logo possíveis ataques.

Ler artigo completo