Polícias respondem a Montenegro: "400 euros, nem menos um cêntimo"

2 dias atrás 22

“Quando o senhor primeiro-ministro vem dizer que de 300 euros ‘nem mais um cêntimo’, eu terei de dizer: 400 euros nem menos um cêntimo”, declarou o subintendente Bruno Pereira em entrevista à RTP3.

“O que me parece é que o senhor primeiro-ministro está a empurrar este assunto para a Assembleia da República, retirando qualquer margem negocial àquela que poderia ser discutida com o próprio ministro na próxima semana”, declarou.

O responsável alertou que esta postura poderá “possivelmente” bloquear as negociações já no próximo encontro.

O que nos separa entre o Governo e a nossa proposta são 50 milhões de encargo permanente que seria diluído ao longo da legislatura, e portanto o senhor primeiro-ministro não pode vir dizer que não tem condições orçamentais em 2027. Ele não as conhece”, vincou.


Para Bruno Pereira, “no fim do dia passa tudo por uma questão de prioridades políticas”. O subintendente relembrou que “foram alocados mil milhões de euros para o IRS Jovem”, assim como mais de 300 milhões “nalguns índices remuneratórios de tributação”.

As declarações surgem depois de Luís Montenegro ter afirmado, esta terça-feira, que o Governo fez um "esforço medonho" e "sem precedentes" na proposta que apresentou às forças de segurança para o aumento do suplemento salarial, garantindo que não vai acrescentar "nem mais um cêntimo".

Montenegro considerou que a proposta já apresentada à PSP e à GNR traduz “um esforço máximo, um esforço como nunca nenhum Governo fez até aqui”.
Chega apela a manifestação
Na RTP, o porta-voz da Plataforma dos Sindicatos da PSP e Associações da GNR condenou ainda o apelo do Chega para uma manifestação na quinta-feira junto à Assembleia da República.

Questionado sobre um eventual aproveitamento político por parte do partido de André Ventura, Bruno Pereira reforçou que o papel de convocar manifestações “cabe constitucionalmente ao sindicato, não cabe ao líder de qualquer partido político, seja ele do Chega, seja de qualquer outro”.

“Quanto à participação dos polícias, é um direito cívico como qualquer outro cidadão tem naquilo que é ir à casa da democracia”, defendeu.

Esta terça-feira, o presidente do Chega acusou Luís Montenegro de arrogância por dizer que o executivo não vai colocar mais dinheiro na proposta para as forças de segurança e reforçou o apelo para que os polícias se manifestem.

"Eu acho que com esta declaração taxativa e clara do senhor primeiro-ministro fica ainda mais evidente e mais claro porque é que todas as forças de segurança, porque é que todos os polícias, têm que estar aqui no Parlamento ao longo da próxima quinta-feira, para ouvirem o debate, para mostrarem a sua indignação fora do Parlamento, mas também para dentro do Parlamento poderem mostrar, poderem ver, aqueles que dizem que estavam ao lado deles e que na verdade não vão estar", defendeu Ventura.


Ler artigo completo