Espaço Serra: onde brindar à cultura é tão natural como saborear um vinho

2 dias atrás 24

Os enólogos Catarina Vieira e Pedro Ribeiro abrem as portas do Espaço Serra, território intimista que acolhe residências artísticas e está aberto a outras iniciativas que liguem memórias, cultura e vinho.

O vale da Mata, em Leiria, foi onde tudo começou na história dos alentejanos vinhos do Rocim. Mas vamos por partes. Embora a Herdade do Rocim se situe entre a Vidigueira e Cuba, no Baixo Alentejo, a sua génese fica a três centenas de quilómetros a norte do Alentejo, mais concretamente na vinha do Vale da Mata, nos contrafortes da Serra de Aire e Candeeiros.

O grande obreiro dos vinhos Vale da Mata foi Manuel Alves Vieira, que dizia ter feito o melhor vinho da sua longa vida de agricultor precisamente nesse local, no distrito de Leiria. A sua neta, Catarina Vieira, coproprietária, produtora e enóloga do Rocim, ainda hoje guarda com muito carinho as suas primeiras memórias do mundo dos vinhos, que remetem para esse território.

Aliás, o próprio, sem o saber, foi quem deu o nome a esta gama de vinhos (Vale da Mata), produzidos pela Rocim, os quais homenageiam uma tradição familiar que o filho, o empresário José Ribeiro Vieira (1943-2012) e a neta ajudaram a recuperar a partir de 2005. E se a expressão “família” aqui faz todo o sentido, importa adicionar ao bouquet Pedro Ribeiro, enólogo e marido de Catarina.

Paralelamente e ainda neste contexto de família, os atuais donos da empresa de vinhos Rocim decidiram abrir as portas do espaço cultural “Serra”, localizado nas Cortes, uma aldeia perto de Leiria, que tem duas vertentes: tanto pode funcionar como residência para artistas, como acolher eventos. Refira-se, a título de curiosidade que foi aqui que os Silence 4 deram os primeiros acordes nos anos 90 do século passado.

Foi o pai de Catarina, José Ribeiro Vieira, fundador Grupo Movicortes, que sonhou criar na “Casa da Reixida” uma comunidade de criativos ligados a diferentes áreas culturais. “Sentimos que, finalmente, o projeto Vale da Mata atingiu a maturidade que desejávamos para que pudesse contar a sua história em plenitude, com todas as dimensões culturais, emocionais e técnicas que a envolvem”, realça Catarina Vieira em comunicado.

O projeto tão acarinhado pelo pai estará em permanente desenvolvimento. Palavra de Catarina, para quem este só irá terminar “no dia em que todos os sonhos da família estiverem concretizados”.

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