Populares em confrontos com forças governamentais em Macomia

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As escaramuças começaram por volta das 5h (4h em Lisboa), após a circulação de uma informação que dava conta de que um comerciante local terá sido morto pelos militares durante uma missão de patrulhamento na noite de segunda-feira, avançou à Lusa uma fonte a partir de Macomia.

"A população interrompeu a circulação nas estradas, não querem ninguém, montaram barricadas na estrada e queimar pneus e outros objetos", declarou a fonte, acrescentando que as escaramuças terão deixado, pelo menos, três óbitos.

Contactada pela Lusa, a Polícia da República de Moçambique (PRM) Cabo Delgado admitiu que a ocorrência dos episódios, mas não confirmou os óbitos.

"Confirma-se que houve uma alteração da ordem logo nas primeiras horas (do dia), mas a situação já estava controlada. Ainda não temos dados produzidos, os colegas ainda estavam no terreno a trabalhar", declarou Aniceto Magome, porta-voz da PRM em Cabo Delgado, prometendo mais detalhes nas próximas horas.

Segundo fontes locais, os populares bloquearam o acesso à vila sede distrital de Macomia, via o distrito de Muidumbe, assim como a estrada que dá acesso ao posto administrativo de Mucojo, a 40 quilómetros da sede distrital.

Uma fonte próxima do comerciante que perdeu a vida na segunda-feira disse que o homem terá sido morto após as forças governamentais desconfiarem do seu comportamento durante a operação de patrulha.

"Os militares estavam a fazer ronda, cercaram uma casa de uma pessoa suspeita e, quando o mesmo quis fugir, a balearam. Ele fazia negócios em Macomia, vendia roupa usada, cosméticos, telefones e produtos de pronto consumo no cruzamento de Mucojo", declarou a fonte.

Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

A população de outros distritos da província têm relatado a movimentação destes grupos de insurgentes, que provocam o pânico à sua passagem, nas matas, mas sem registo de confrontos, o que acontece numa altura em que os camponeses tentam realizar trabalhos de colheita nos campos de cultivo.

O Presidente de Moçambique afirmou em 16 de junho que a ação das várias forças de defesa permitiu acabar com "praticamente todas" as bases dos grupos terroristas que operam em Cabo Delgado, que se limitam agora a "andar no mato".

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