Portimonense visa Boavista: «Não se pode favorecer os infratores»

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O Portimonense continua atento a uma possível recolocação na I Liga e aponta o foco à situação financeira do Boavista. Rodiney Sampaio, presidente da SAD dos algarvios, deu voz à insatisfação sentida.

Em declarações reproduzidas pelo emblema de Portimão, o dirigente lembrou casos de incumprimento dos Axadrezados e reiterou a força do projeto Portimonense, seja a nível financeiro ou estrutural.

As palavras de Rodiney Sampaio 

"O Portimonense e os investidores (acionistas ) são rigorosos cumpridores de todas responsabilidades e obrigações em todos aspetos. Sabemos que o futebol profissional hoje exige o máximo rigor em todas as áreas, nomeadamente, e especialmente financeiro.

Temos infraestruturas e estádio de topo, sem dívidas e com saúde financeira. Cumprimos todos os nossos deveres e obrigações com a  segurança social, Autoridade Tributária, seguros, salários, clubes e fornecedores.
Não fazemos nada mais que a obrigação e dever que deve pautar todos os clubes e sociedades desportivas. 

É difícil falar sobre o Boavista. É um clube histórico e já foi campeão nacional, mas a verdade é que o sucesso desportivo de outros anos se confunde com o avolumar de dividas e polémicas.

Incumprimento reiterado no pagamento de salários comprovados que já resultaram em procedimentos disciplinares onde foram condenados por não apresentarem em tempo os comprovativos de pagamento de salários a funcionários. Jogadores que apresentaram rescisão de contrato por salários em atraso. Incumprimentos diversos junto das instâncias internacionais sendo público que se encontram impedidos de inscrever jogadores pela FIFA.

O caso do Boavista merece a atenção da Portimonense como deverá merecer a atenção de todos os clubes e entidades desportivas nacionais. O incumprimento salarial coloca em causa a integridade da competição. Os pressupostos financeiros e a sua verificação antes do inicio da época desportiva procura oferecer um garante que a competição se desenrolará da melhor forma. A Liga não pode correr o risco de ter greves e ou jogadores com salários em atraso na principal competição portuguesa enquanto negoceia o maior contrato de direitos televisivos da história do futebol português.

Compete à a Liga e a Federação avaliar se os clubes que já são reincidentes por anos cumprem os mínimos requisitos para honrar a maior competição nacional.

A Liga tem feito um trabalho extraordinário para o bem do futebol português e pela economia do pais, é de louvar o trabalho que estão a fazer reconhecido mundialmente. Legitimar salários em atraso, impedimentos de inscrição, manobras financeiras é legitimar que todos os outros Clubes e Sociedades Desportivas comecem a fazer das más práticas no futebol uma nova tendência. 

Não se pode favorecer os  infratores em hipótese alguma e não se pode admitir que anualmente se façam novos acordos com a Segurança Social e Autoridade Tributária. Acordos em cima de acordos que prejudicam o erário público. Acordos que à partida se sabe que não serão cumpridos. 

Clubes com salários em atraso meses e meses, acordos ficcionados com a Segurança Social e Autoridade Tributária, dividas a outros clubes ou, e porque também os há, clubes “de casa às costas”, sem instalações de treino ou estádio. Os clubes quando participam nas Ligas Profissionais sabem perfeitamente o que é legal e moral e suas obrigações e deveres. Como podemos atrair adeptos aos estádios se os adeptos nem sabem onde o seu clube vai jogar na época desportiva seguinte?

Como podemos validar Clubes que pedem a clubes estrangeiros para pagar os valores em “contas de terceiros” – como foi o caso de Bozenik para o Sevilha? Como podem as entidades reguladoras desportivas nacionais validar que os salários dos jogadores sejam pagos em numerário e ou através de empresas veículo? Como pode ser aceite que toda a receita de uma sociedade desportiva esteja transferida para empresas veículo e assim lesando credores – entre eles o estado? A Liga exerce funções delegadas da Federação Portuguesa de Futebol. Não pode uma instituição de utilidade pública nacional validar a fuga ao pagamento de impostos através de manobras financeiras e jurídicas.

O Futebol deve privilegiar a informação transparente. A proveniência dos fundos tem que ser clara e não podem os TOC’s das sociedades desportivas assumir que o pagamento feito por terceiros confere um pagamento nos termos dos contratos de trabalho sob pena de eles próprios responderem em tribunal por falsas declarações. 

 Vamos ficar atentos a tudo para o bom do futebol português.

 O nosso projeto continua e acreditamos que justiça será implacável."

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