A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública colocou hoje 1.001 milhões de euros, abaixo do montante máximo indicativo, em Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades de cerca de sete e 18 anos respetivamente às taxas de 2,645% e 3,262%.
O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública colocou hoje 1.001 milhões de euros, abaixo do montante máximo indicativo, em Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades de cerca de sete e 18 anos respetivamente às taxas de 2,645% e 3,262%.
Na emissão a sete anos a taxa/yield foi de 2,645% e o montante da emissão 485 milhões, com a procura a ser 1,54 vezes a oferta.
Já na emissão de Obrigações do Tesouro a 18 anos (data de vencimento em abril 2042), a taxa/yield foi de 3,262%, para um montante de 516 milhões. A procura foi 1,54 vezes a oferta.
O Diretor de Investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, realçou que na emissão de obrigações de tesouro com a 7 anos, Portugal “colocou 485 milhões de euros com uma procura de 1,54 e taxa de 2,645%, a 18 anos colocou 516 milhões de euros com uma procura de 1,54 taxa de 3,262%”.
“As taxas em ambos os leilões desceram face ao nível que estavam à um mês atrás”. lembra Filipe Silva.
“A subida de rating por parte da Standard & Poors, bem como o movimento de descida de taxas em toda a dívida soberana europeia, ditaram o sucesso deste leilão”, defende o analista do Carregosa.
“O Banco Central Europeu deu nota de que deverá começar a descer taxas em junho deste ano, o que levou a um ajuste dos prémios de risco, beneficiando a divida nacional, dado que permitiu ter taxas de juro mais baixas no leilão de hoje”, conclui Filipe Silva.
Também a corretora XTB analisou os dados publicados esta manhã pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.
“Portugal voltou hoje aos mercados internacionais de dívida para se financiar até Outubro de 2031 e Abril de 2042, obrigações a 7 anos e 18 anos num valor de cerca de 1.000 milhões de euros. Trata-se de Obrigações do Tesouro que visam emitir dívida de longo prazo”, refere a XTB.
“Portugal conseguiu financiar-se a 2.613% a 7 anos e a 18 anos a yield fixou-se em 3.243%, tendo a procura ultrapassado a oferta em 1.54x. As yields referidas foram inferiores em comparação com a última emissão de dívida”, acrescenta a corretora que diz que “isto é o resultado da melhoria dos ratings da dívida pública e da melhoria da economia. Assim, Portugal conseguiu atrair mais procura pela sua dívida e isso traduziu-se em custos de financiamento mais baixos”.
A XTB sublinha que “neste momento as yields de referência no mercado secundário encontram-se em queda ligeira, tal como já acontecia antes deste evento. No entanto, é de salientar que as yields estão em contraciclo com os pares europeus, pois o spread entre as obrigações alemãs e portuguesas a 10 anos continua a diminuir, o que são boas notícias”.