“PPP provaram ser vantajosas a todos os níveis”, mas privados precisam de sustentabilidade

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“Existem em áreas onde parece que há uma necessidade para o Estado, o custo está a subir”, afirmou o CEO do Grupo Lusíadas Saúde, projetando ainda que o regime de dedicação plena não vá resolver os problemas de retenção de talento do SNS.

A subida dos custos na saúde e a necessidade de ganhos de eficiência leva o diretor executivo do Grupo Lusíadas Saúde a ver com bons olhos o regresso das parcerias público-privadas (PPP), que, defende, já deram provas de ser vantajosas “a todos os níveis”. Ainda assim, os privados só entrarão caso haja sustentabilidade, reforçou Vasco Antunes Pereira, que não vê na questão salarial ou da dedicação plena a solução única para os problemas de retenção de talento na saúde.

Em entrevista à Antena 1 e ‘Jornal de Negócios’, o CEO do grupo lembrou as vantagens que as PPP têm mostrado para os principais players envolvidos, ou seja, Estado, população e privados, mas lamenta que algumas propostas não permitam a sustentabilidade necessária para “ir a jogo”.

“O modelo de PPP provou que foi vantajoso a todos os níveis: para o Estado, representou poupança e eficiência no sistema e, para a população, criou os melhores hospitais em Portugal” afirmou, “mas o sector privado é muito sensível à sustentabilidade”. Pegando no exemplo de Cascais, Vasco Antunes Pereira lamentou o facto de o grupo ter ficado “impossibilitados de apresentar proposta porque não era sustentável” e que, se tal acontecer novamente, “naturalmente não conseguimos ir a jogo”.

“Existem em áreas onde parece que há uma necessidade para o Estado, o custo está a subir”, continuou, argumentando, como tal, que “é necessário medidas de eficiência”.

“É necessário alterações no SNS para que se garanta que tenhamos outro tipo de oferta. Não é possível continuarmos a aumentar o num de hospital público, não existe capacidade instalada para haver mais componentes físicas”, alertou.

Um dos grandes desafios passa pela retenção de talento. Neste capítulo, o modelo de dedicação plena “não me parece que irá resolver o problema” do sistema de saúde, projetou, apesar de reconhecer que as remunerações são “uma das variáveis que está mal” na saúde pública portuguesa.

“Não sendo a única solução, uma das soluções é aumentar a capacidade formativa”, destacou, lembrando que o país perde “anual ou recorrentemente muitos profissionais de saúde para sistemas que não o português”.

“As pessoas não chegam a integrar o sector público nem privado, saem logo depois da faculdade”, rematou.

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