PR quer "experiência" da Argélia e recorda apoio na guerra colonial

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"Deste país saíram mulheres e homens moçambicanos cujo saber adquirido foi replicado nos campos de treino, contribuindo de forma decisiva para, na linha da frente, acelerar o derrube do colonialismo que nos oprimia", recordou o chefe de Estado, numa mensagem divulgada durante a visita que está a realizar à Argélia, aludindo desde logo à formação militar que Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique, recebeu naquele país.

"Neste momento que enfrentamos o terrorismo, manifestamos junto desta nação irmã o nosso interesse em continuar a contar com a sua experiência na prevenção e combate a este fenómeno. Queremos que a semente então lançada pelos nossos líderes germine, desenvolva-se, nos dê frutos suculentos e sirva para todas as gerações", acrescentou, na mesma mensagem, Filipe Nyusi.

A cooperação mútua entre os dois países está assente no Acordo Geral de Cooperação assinado pelos governos moçambicano e argelino em 11 de dezembro de 1985, em Argel, aquando da visita do primeiro Presidente do país, Samora Machel.

O ministro da Defesa Nacional moçambicano, Cristóvão Chume, confirmou esta quinta-feira ataques de insurgentes em quatro distritos da província de Cabo Delgado, mas garantiu que não se trata do "recrudescimento" das atividades terroristas no norte.

"Eu quero dizer que não é isso que está a acontecer, porque se fosse efetivamente isso [recrudescimento das atividades terroristas], estaríamos a dizer que há distritos ou sedes distritais que estão ocupadas, sem acesso das populações. O que aconteceu é que há grupos pequenos de terroristas que saíram dos seus quartéis, lá na zona de Namarussia - que temos dito que é a base deles -, foram mais a sul, atacaram algumas aldeias e criaram pânico", disse Cristóvão Chume, após um encontro com uma missão de alto nível da União Europeia, em Maputo.

Esta reunião surgia numa altura em que milhares de pessoas fugiram das suas aldeias no sul de Cabo Delgado nas últimas semanas, após vários ataques por grupos terroristas - que se registam desde 2017 -, procurando segurança noutros distritos daquela província e na vizinha província de Nampula.

"A situação na província de Cabo Delgado continua estável, não obstante as últimas ocorrências no sul da província de Cabo Delgado. Como se sabe, algumas aldeias nos distritos de Quissanga, Metuge, Ancuabe, Chiùre, sofreram alguns ataques, que originaram um deslocamento da população mais a sul, para a província de Nampula, e também para outros distritos de Cabo Delgado", reconheceu o ministro.

"Quero aqui dizer que dois ou três terroristas armados que chegam numa aldeia, em que não está lá a Polícia ou as Forças Armadas, disparam para o ar, queimam duas ou três casas, na era das comunicações que temos ao nosso dispor, a mensagem é difundida muito rapidamente e cria não só o pânico naquelas aldeias, mas, claro, pânico nacional e internacional", disse Chume.

De acordo com o governante, é preciso apostar em programas de desenvolvimento para "minimizar o risco de radicalização" e "prevenir a reemergência do terrorismo".

Ainda assim, alertou: "Não queremos dizer com isso que não há ocorrências de terrorismo, há sim. E nós vamos continuar a combater, mas não há de voltar a acontecer o que aconteceu no passado. Nós estamos firmes nisso, mas vamos assistir a situações como estas que aconteceram em Chiùre, em Metuge, e outras zonas, de haver alguns ataques que não poderemos evitar".

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