Pressão inflacionista e custos com serviço da dívida impactam resultado da Impresa

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O presidente executivo (CEO) da Impresa disse esta quinta-feira à Lusa que a consolidação dos custos financeiros com o serviço da dívida, agravada com a subida das taxas, pressão inflacionista, aumentos salariais e indemnizações contribuíram para os prejuízos.

A Impresa registou resultados líquidos negativos de dois milhões de euros no ano passado, o que compara com um lucro positivo de 1,1 milhões de euros em 2022.

"Em 2023, o foco manteve-se na aceleração da estratégia digital, no aumento da produção e venda de conteúdos de ficção e no reforço da competitividade, por forma a fazer chegar os nossos conteúdos de informação e de entretenimento a mais públicos, em mais formatos, com a qualidade a que as marcas da Impresa habituaram os seus espetadores, leitores e ouvintes", começou por dizer Francisco Pedro Balsemão.

"Foi por isso que, mesmo tendo em conta a velocidade das alterações nos hábitos de consumo de media, com impacto nas receitas publicitárias, alcançámos um EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] recorrente praticamente em linha com o verificado em 2022", salientou.

No que respeita ao resultado líquido, o gestor ressalva que, apesar de a SIC ter registado um lucro de 8,3 milhões de euros em 2023 (mais 12,2%) e de as receitas do Expresso terem aumentado para 24,7 milhões de euros, "o melhor valor desde 2017", é na estrutura da `holding` do grupo que se tem de "consolidar custos financeiros como o serviço da dívida, que se agravou com a subida das principais taxas indexantes", pelo que que este ano a Impresa não apresenta lucros.

Além disso, "a pressão inflacionista, os aumentos salariais para os trabalhadores com remunerações mais baixas e as indemnizações pagas por via de rescisões por mútuo acordo também contribuíram para este resultado".

Sobre o impacto das guerras na Ucrânia e entre Israel e o Hamas, Francisco Pedro Balsemão referiu que estas têm contribuído para um aumento de custos de grelha na área de informação, não só pelo envio de correspondentes, mas pela compra de conteúdos informativos de outras estações internacionais, que possam complementar a oferta noticiosa da SIC.

Em termos gerais, "a instabilidade geopolítica afeta-nos também indiretamente pelo impacto sobre a confiança de produtores e consumidores e logo as nossas principais fontes de receitas como a publicidade", salientou ainda.

Relativamente às perspetivas para 2024, "o grupo tem como objetivos a diversificação das fontes de receitas, nomeadamente através de parcerias nacionais e internacionais, e a melhoria sustentada da margem operacional".

Nesse sentido, a Impresa "continuará a apostar na expansão dos negócios no digital, sobretudo, no `streaming`, `connected TV`, áudio e circulação digital do Expresso, o qual se assume já como um jornal Digital First, embora sem descurar do papel", concluiu o CEO.

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